O Iraque declarou neste domingo, dia 29, que jatos norte-americanos atacaram o aeroporto civil de Basra pela segunda vez em menos de uma semana, atingindo seus sistemas de radar e terminais de passageiros.

– Aviões do inimigo norte-americano alvejaram e destruíram pela segunda vez o sistema de radar civil do aeroporto de Basra – disse um porta-voz do Ministério dos Transportes iraquiano, em comunicado feito à agência oficial de notícias Iraqi News Agency.

O porta-voz disse que o ataque ao aeroporto de Basra, 480 quilômetros a sudoeste de Bagdá, ocorreu às 12h45min do domingo (5h45min em Brasília). Em Tampa, na Flórida, o Comando Central norte-americano confirmou o ataque, dizendo que o alvo era um radar militar móvel. Os aviões dos EUA, juntamente com jatos britânicos, patrulham as duas zonas de exclusão aérea criadas após a Guerra do Golfo, de 1991, no norte e sul do Iraque.

Na quinta-feira o Iraque havia dito que jatos norte-americanos atacaram o aeroporto civil de Basra e destruíram seu sistema de radar. Os EUA disseram que tinham atingido um radar militar no aeroporto e que o alvo ficava distante de qualquer atividade civil. O ataque teve lugar na noite de quarta-feira. Jatos norte-americanos F-16 também atacaram o aeroporto em agosto.

A ação do domingo aconteceu num momento em que três parlamentares norte-americanos estavam em Basra, em visita feita para avaliar a situação humanitária nessa cidade do sul do Iraque. Eles entraram e saíram de Basra pelo aeroporto em questão.

Os deputados democratas Jim McDermott, de Washington, David Bonior, de Michigan, e Mike Thompson, da Califórnia, retornaram a Bagdá num aparelho da Iraqi Airways apenas seis horas após o ataque relatado. Em entrevista concedida a jornalistas da imprensa ocidental que os acompanham, eles não mencionaram o ataque, mas um cinegrafista contou ter ouvido sirenes tocando em Basra no horário em que o ataque teria ocorrido, de acordo com o porta-voz iraquiano.

O aeroporto de Basra ocupa uma grande área na província estratégica de Basra, onde ficam o maior porto do Iraque e importantes instalações petrolíferas. As zonas de exclusão aérea, que Bagdá não reconhece, foram impostas para proteger o encrave curdo no norte do país e os muçulmanos xiitas do sul contra possíveis ataques do governo iraquiano. As informações são da agência Reuters.