O chefe de inspeções de armas da Organização das Nações Unidas (ONU), Hans Blix, afirmou nesta segunda-feira, dia 30, que espera ter acesso ilimitado a instalações iraquianas quando retornar ao país árabe, em meio a esforços para evitar uma ação militar dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Antes de autoridades iraquianas e de inspetores da ONU darem início a sua primeira reunião, Blix foi questionado se havia limites às atividades da organização na volta ao país árabe.

– Não que eu saiba – declarou.

As equipes de inspetores da ONU deixaram o Iraque em dezembro de 1998, na véspera dos ataques dos EUA e da Grã-Bretanha para alegadamente punir o governo iraquiano por não cooperar com as inspeções. As negociações desta segunda-feira são o primeiro teste para as promessas de cooperação do Iraque, que sob ameaças dos EUA concordou, sem impor condições, com a volta dos inspetores no dia 16 de setembro.

– Gostaríamos de garantir que, se e quando as inspeções forem retomadas, não teremos problemas dentro do Iraque. Gostaríamos de resolver essas questões antecipadamente – afirmou Blix.

 Segundo a autoridade, os inspetores só viajarão para o país do golfo Pérsico depois de um acordo ser firmado com os iraquianos. Blix também disse esperar que os palácios do presidente do Iraque, Saddam Hussein, sejam abertos às inspeções. Os membros da delegação iraquiana presentes em Viena (capital da Áustria) para participarem do encontro não quiseram fazer comentários.

As negociações ocorrem sob um pano de fundo de declarações cada vez mais duras do presidente dos EUA, George W. Bush, e do primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, que acusam o Iraque de desenvolver armas de destruição em massa. As informações são da agência Reuters.