O ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon Peres, afirmou na quarta-feira, dia 2, que o país precisa adotar políticas que não prejudiquem a campanha dos EUA contra o Iraque e que as negociações com os palestinos deveria ser retomada. Segundo o chanceler, o Estado judaico deveria avançar em três frentes: retomar as negociações, pressionar os palestinos por reformas e dar prioridade à campanha norte-americana contra o governo iraquiano.

Os comentários de Peres reforçaram a previsão de que Israel talvez tenha de conter suas investidas militares contra o levante palestino de dois anos enquanto os EUA tentam colocar em prática seus planos de derrubar do poder o presidente do Iraque, Saddam Hussein. O ministro falou depois de Israel ter retrocedido nesta semana em seu cerco ao complexo de escritórios do presidente palestino, Yasser Arafat, sob pressão dos EUA, que tentam obter apoio árabe e internacional para uma eventual guerra contra Saddam.

– O primeiro princípio é dar prioridade à campanha contra o Iraque – declarou Peres à Rádio Israel.

Na opinião dele, o cerco de dez dias a Arafat havia sido ''excessivo'' e Israel teria agora de dar início a negociações. Sharon enviou suas tropas para dentro das maiores cidades palestinas e cercou Arafat depois de dois atentados realizados por palestinos. O presidente palestino afirmou à facção Fatah na terça-feira que o cerco atrasaria em três semanas a apresentação de um gabinete provisório.

O gabinete palestino renunciou em setembro para evitar um confronto com o Parlamento, que dava sinais de que não o aprovaria. O novo gabinete deve ficar no poder até a realização de eleições presidenciais e parlamentares no dia 20 de janeiro. As informações são da agência Reuters.