O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair (foto), disse na quinta-feira, dia 3, que o presidente do Iraque, Saddam Hussein, terá de ser desarmado pela força se a Organização das Nações Unidas (ONU) não conseguir convencê-lo a cooperar.

– Se isso não acontecer de forma pacífica, terá de acontecer por meio da ação militar. Ele não poderá evitar o desarmamento – disse Blair em uma entrevista coletiva concedida ao final do congresso anual do Partido Trabalhista (liderado por ele), em Blackpool, norte da Inglaterra.

– Não tenho nenhuma dúvida sobre o fato de ser vital que a comunidade internacional aja, caso necessário com o uso da força, se Saddam não obedecer às demandas claras da comunidade internacional.

Blair, que apóia a postura dura do presidente dos EUA, George W. Bush, em relação ao Iraque, acusado pelos dois países de estocar armas de destruição em massa, repetiu que, para os inspetores da ONU voltarem ao país árabe, uma nova resolução terá de ser aprovada.

– É vital que votemos uma nova resolução para garantir que essa inspeção de armas e esse monitoramento do regime sejam diferentes, mais duros e mais eficientes que no passado – declarou.

O premiê disse que os inspetores devem ter garantias de que poderão entrar também nos palácios presidenciais de Saddam. Os EUA e a Grã-Bretanha pressionam o Conselho de Segurança da ONU para a aprovação de uma nova e dura resolução, que incluiria explicitamente a ameaça de uma ação militar no caso de o Iraque dificultar as inspeções de armas.

A França e a Rússia, dois membros permanentes do Conselho de Segurança (com poder de veto, portanto), mostraram-se contrários a uma resolução do tipo, assim como a Alemanha. Blair disse que uma ação militar contra o Iraque não era inevitável, mas ressaltou que quanto mais coesa e dura fosse a mensagem enviada pela comunidade internacional, menor as chances de um ataque. As informações são da agência Reuters.