Tropas israelenses fizeram um treinamento de uma operação militar para expulsar o presidente palestino Yasser Arafat para um país distante, disse na quinta-feira, dia 3, um jornal israelense. Fontes de segurança israelenses confirmaram que uma operação foi treinada há algumas semanas, mas não deram detalhes.

Autoridades palestinas disseram que a notícia mostra as verdadeiras intenções de Israel de exilar o líder palestino, que já foi parceiro das negociações de paz e agora está confinado em seus escritórios em Ramallah. O jornal Maariv disse que a operação levaria Arafat de helicóptero para uma "localidade isolada e distante.'' Reportagens da televisão local disseram que o país poderia ser a Líbia, ou outro país árabe com o qual Israel não mantenha relações.

Segundo a reportagem do jornal, a liderança política de Israel concluiu que não seria possível, por motivos diplomáticos, levar Arafat através da fronteira com países vizinhos, como a Jordânia. Líbano e países europeus também foram descartados, disse o jornal.

– Essa é uma péssima idéia e apenas reflete as verdadeiras intenções do governo israelense ... de destruir o processo de paz – disse o principal negociador palestino, Saeb Erekat.

Ele pediu à comunidade internacional que "intervenha imediatamente para revelar exatamente o que o governo israelense está planejando fazer.'' A possível expulsão de Arafat foi debatida pela última vez pelo gabinete israelense em 19 de setembro, durante reunião especial logo após o atentado suicida que matou sete pessoas em um ônibus em Tel Aviv.

Israel responsabiliza Arafat pelos ataques contra civis israelenses em dois anos de levante palestino pela independência. Os palestinos negam participação ativa da liderança na violência. O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, encontrou forte oposição dos Estados Unidos e de membros da esquerda do seu governo aos planos de expulsão. Enquanto isso, homens mascarados do Exército de Israel continuam cercando o quartel-general de Arafat em Ramallah, amplamente destruído no último cerco, que durou 10 dias e terminou na semana passada. As informações são da agência Reuters.