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 | 26/10/2002 10h21min

Seqüestro de teatro em Moscou acaba com 101 mortos

Entre as vítimas estão 67 reféns e 34 guerrilheiros chechenos

Apesar de o governo russo ter conseguido colocar fim ao drama de cerca de 800 pessoas mantidas reféns desde quarta-feira à noite no teatro Dubrovka, em Moscou, na Rússia, na madrugada deste sábado, não foi possível evitar um banho de sangue. Segundo o vice-ministro russo do Interior, Vladimir Vassiliev, 67 reféns e 34 guerrilheiros chechenos foram mortos na operação.

Os rebeldes invadiram o prédio do teatro durante a apresentação do musical Nord-Ost, um dos mais populares na Rússia no momento. Eles exigiram que até as 6h deste sábado, dia 26, (23h de sexta-feira), fosse negociado um acordo de retirada das tropas russas da província separatista da Chechênia. Do contrário, começariam a matar todos os reféns.

Segundo Vassiliev, os 67 reféns não foram mortos durante a invasão das forças especiais russas, mas sim pelos rebeldes que, na hora marcada, começaram a cumprir a ameaça.

A decisão das tropas russas de invadir o prédio foi tomada depois que disparos e explosões começaram a ser ouvidos do lado de fora do edifício, por volta das 4h de sábado (21h de sexta-feira em Brasília). Antes da ação, que durou cerca de uma hora, os policiais injetaram um gás sonífero no interior do teatro, para neutralizar a reação dos guerrilheiros. Quarenta e dois reféns estão recebendo tratamento por terem sido intoxicadas pelo gás, informou o médico Vladimir Ryabinin, do setor de emergência do hospital Sklifosovsky.

Movsar Barayev, líder do grupo rebelde, intitulado Comando Suicida da 29ª Divisão, e todas as mulheres que carregavam cinturões com explosivos foram mortos. As forças especiais russas não sofreram nenhuma baixa. Vários explosivos que tinham sido plantados pelos guerrilheiros no interior do edifício foram desativados pelos policiais.

Todos os guerrilheiros que sobreviveram teriam sido presos. Segundo o diplomata australiano Kevin Magge, nenhum dos 75 estrangeiros em poder dos rebeldes chechenos foi morto na operação. Não havia brasileiros no grupo.

Até a madrugada de sábado, a audaciosa ação dos rebeldes tinha feito apenas uma vítima. Identificada como Olga Romanova, 20 anos, ela foi morta entre quarta e quinta-feira ao tentar escapar do prédio do teatro. Durante as mais de 48 horas que durou o impasse, os rebeldes chegaram a libertar cerca de 150 reféns, entre eles oito crianças, mulheres e muçulmanos.

 
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