| 28/10/2002 12h27min
O presidente dos EUA, George W. Bush, aumentou a pressão sobre a Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de que o Iraque seja desarmado, mas a França disse que a superpotência teria de ceder para conseguir apoio do organismo mundial. Cada vez mais impaciente em seus esforços para fazer o Conselho de Segurança da ONU aprovar uma resolução dura ao Iraque, a Casa Branca (sede do governo norte-americano) advertiu seus aliados que acordassem, sob o risco de permitir que a organização "dormisse no ponto''.
Às vésperas de uma provável votação prevista para esta semana, Bush defendia seu ponto de vista a respeito do Iraque na segunda-feira, quando recebeu aplausos após ter criticado novamente o presidente iraquiano, Saddam Hussein, acusado pelos EUA de armazenar armas de destruição em massa. Mas a França continuava a resistir à pressão norte-americana, argumentando que a recente proposta de resolução dos EUA precisava sofrer alterações a fim de obter apoio internacional.
Na semana anterior, os norte-americanos amenizaram o tom de um projeto que ameaçava explicitamente o Iraque com uma invasão. Mas o ministro das Relações Exteriores da França, Dominique de Villepin, disse que a nova proposta dos EUA ainda era insatisfatória. A França e a Rússia, que possuem poder de veto por serem membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, assim como os EUA, a Grã-Bretanha e a China, discordam da linguagem usada no projeto por acreditarem que a resolução, se aprovada, poderia ser utilizada pelos norte-americanos para justificar uma invasão ao Iraque.
Às vésperas de eleições para o Congresso e para governadores de Estado dos EUA, os esforços de campanha de Bush viram-se complicados pela possibilidade de a proposta norte-americana de resolução ser rejeitada na ONU. Como fez no domingo, em Phoenix, Bush usará parte dos discursos a serem feitos no Novo México e no Colorado para explicar por que os EUA precisam agir a respeito do Iraque.
– Há uma ameaça verdadeira materializada na forma de Saddam Hussein – declarou Bush. – Se a ONU não agir, se Saddam Hussein não agir, se ele continuar a desafiar o mundo, os EUA, em nome da paz, irão liderar um coalizão para desarmar Saddam Hussein.
– Ainda precisamos ver se os membros do Conselho de Segurança da ONU ouviram o discurso (feito por Bush no dia 12 de setembro), cujo objetivo era mudar a opinião deles, ou se o Conselho de Segurança da ONU cairá novamente em um dormitar permissivo – disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.
O Iraque acusou os EUA de tentar intimidar o Conselho de Segurança, ao pressionar por uma resolução considerada pelo país árabe uma declaração de guerra.
– O diabólico governo norte-americano adota uma prática terrorista dentro e fora do Conselho de Segurança a fim de ver aprovada uma nova proposta de resolução – disse o jornal Al Thawra, considerado porta-voz do Partido Baath, de Saddam.
O governo iraquiano concordou em abrir mão de suas armas químicas, biológicas e nucleares depois da Guerra do Golfo (1991) e afirma ter cumprido esses compromissos. As informações são da agência Reuters.
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