| 28/10/2002 22h21min
A Rússia vai tomar as medidas necessárias contra os terroristas, onde quer que eles estejam. A promessa foi feita nesta segunda, dia 28, pelo presidente russo, Vladimir Putin, numa reunião do governo, dois dias depois que tropas russas invadiram o teatro Dubrovka, em Moscou, para render cerca de 50 seqüestradores chechenos, que mantinham cerca de 800 pessoas como reféns. Pelo menos 117 reféns e 50 guerrilheiros morreram na operação.
Segundo um comunicado russo divulgado, 405 pessoas ainda estão hospitalizadas, das quais nove são crianças ou adolescentes. Também foi confirmada a morte de duas reféns estrangeiras, apesar do governo russo ter afirmado que nenhum dos 75 estrangeiros que estavam no local havia morrido. As vítimas são Natalia Jyrov, 38 anos, da Holanda, e Alexandra Litiaga, 13 anos, do Cazaquistão.
Em meio ao luto pelos mortos na ação, os russos acusavam o governo pela tragédia de sábado passado, supostamente provocada pelo uso excessivo de um gás anestésico usado neutralizar a ação do comando rebelde checheno que tomara o teatro na quarta-feira. Em todo o país foram hasteadas bandeiras a meio mastro.
A operação de resgate teve início na manhã de sábado, pouco antes de 6h (23h de sexta-feira, em Brasília), logo depois que tiros e explosões foram ouvidos dentro do Dubrovka. Uma crise nervosa de um menino assustado teria precipitado a ação das forças especiais russas. Os rebeldes abriram fogo contra o garoto, mas erraram o alvo.
Ao ouvir os tiros dentro do prédio, os comandantes dos centenas de soldados de elite que cercavam o teatro acharam que os guerrilheiros estavam cumprindo sua ameaça de matar os reféns se seus pedidos de retirada das tropas russas da Cechênia fossem ignorados. Neste momento, as forças de segurança bombearam grandes quantidades de gás paralisante para dentro do teatro, para provocar desmaios nos guerrilheiros, e ordenaram a invasão. Na confusão que se seguiu, a maior parte dos guerrilheiros, incluindo seu comandante, Movsar Barayev, foi morta. Na quarta-feira, logo que invadiram o teatro, os guerrilheiros executaram uma jovem russa de 20 anos que tentara escapa.
Em 1994, a Rússia deflagou guerra à separatista Chechênia. O conflito durou 21 meses, deixou milhares de mortos e terminou com a retirada dos russos. Nova ofensiva foi ordenada por Moscou em 1999, sob acusação de que a Chechênia " considerada uma república rebelde " abrigaria rebeldes islâmicos que pretendiam estabelecer um Estado fundamentalista no Daguestão, república russa vizinha.
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