Após o anúncio oficial de Joseph Blatter que definiu o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu uma entrevista coletiva. Ele se irritou logo na primeira pergunta, de uma jornalista canadense da agência Associated Press (AP) sobre o que ele iria fazer para "proteger os torcedores".

Gráfico mostra a infra-estrutura de Porto Alegre para a Copa e o projeto de remodelação do Beira-Rio

Depois de se certificar sobre a identidade da autora da pergunta, Ricardo Teixeira começou a disparar sua defesa. Disse que pelo menos o Brasil não tem estudantes que "saem atirando e matando todo mundo" em escolas, como já aconteceu muitas vezes nos Estados Unidos. Alegou que já soube de policiais canadenses que agrediram atletas no país.

Para defender a capacidade do Brasil de sediar a Copa, citou o exemplo dos Jogos Pan-Americanos, no qual não foi registrado nenhum episódio de violência. E garantiu:

— A nossa violência não é maior nem menor do que se passa no contexto mundial.

Foi aplaudido intensamente. Após a resposta de Teixeira, Blatter retornou ao microfone para pedir "respeito" ao país-sede da Copa de 2014. O presidente da Fifa lembrou que quando a África do Sul foi escolhida sede do Mundial de 2010, a primeira pergunta foi a mesma feita nesta terça.

A manifestação não livrou o cartola de mais uma pergunta incômoda, sobre o porquê da ausência do Pelé. O Rei do Futebol não tem boa relação com a CBF.

— Onde ele está, eu não sei. Trouxemos dois jogadores de grandes gerações do futebol brasileiro durante a minha gestão. Estaríamos maravilhosamente bem representados com o Pelé, mas estamos bem representados com o Dunga e o Romário — respondeu.

Questionado sobre quais estádios receberão jogos do Mundial, Teixeira esclareceu que começarão a ser definidos a partir de julho, para que, em dezembro de 2008, a lista com 10 sedes seja apresentada e aprovada pelo Comitê Executivo da Fifa.