"Foi um susto para todos nós". Essa foi a reação Maria Goreti Alves da Costa, presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito, ao saber da ação da Polícia Federal (PF) que prendeu suspeitos de envolvimento em um esquema que teria desviado R$ 40 milhões dos cofres do Estado nos últimos quatro anos. Nesta tarde, às 13h30min, os servidores do órgão farão um protesto na sede do órgão, na Rua Voluntários da Pátria, 1358, em Porto Alegre.

Infográfico: como funcionava o esquema

— É uma manifestação de repúdio. Vamos entregar um documento para a nova diretora, Estella Maris Simon, com as nossas reivindicações. Queremos uma audiência — afirmou.

Segundo Maria, a descoberta do esquema surpreendeu os funcionários do órgão:

— Estamos indignados. Queremos esclarecimentos, assim como toda a sociedade. Há muito tempo a gente vem colocando a necessidade de um concurso público para o Detran, que tem por volta de 160 servidores de carreira e 80 contratados em regime de emergência.

Liberação

Mais duas pessoas foram liberadas da Polícia Federal (PF) em Porto Alegre nesta quarta-feira. Agora pela manhã, Luciana Cordeiro, funcionária ligada a Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) e Rosana Ferst, que teria ligação com empresas terceirizadas em contratos da fundação, deixaram a PF. Ambas tiveram prisão decretada pela Justiça na terça-feira durante a Operação Rodin. A prisão era temporária para efeitos de investigação.

Conforme a PF, a suposta fraude teve início quando o Detran contratou a Fatec, ligada à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), para realizar as provas de aptidão dos candidatos a obter ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Ilegalmente, a Fatec teria terceirizado a elaboração dos testes para três empresas e um escritório de advocacia.