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O governo dos Estados Unidos teria chegado à conclusão preliminar de que o relatório sobre armas de destruição em massa entregue pelo Iraque à Organização das Nações Unidas (ONU) omite muitos detalhes sobre o arsenal à disposição de Saddam Hussein. Segundo fontes da Casa Branca entrevistadas pelo jornal The New York Times, o documento estaria longe de ser um relatório completo, como exige a ONU.
Sob anonimato, funcionários do governo disseram que o documento de 12 mil páginas não cita o paradeiro de vários lotes de agentes químicos e biológicos, que já eram conhecidos dos inspetores internacionais quando eles deixaram o Iraque, em 1998. É o caso, por exemplo, de 550 foguetes cheios de gás mostarda e de outras 150 bombas com agentes biológicos.
O senador Richard Shelby, o principal republicano no Comitê de Inteligência do Senado, classificou a declaração iraquiana de uma "tapeação". Segundo o Times, também haveria omissões no trecho em que o Iraque tenta provar que não tem armas nucleares. Embora uma análise detalhada da declaração só ocorra nas próximas semanas, o julgamento inicial da Casa Branca é de que o relatório contém "perguntas sem resposta sobre coisas sabidamente feitas na área nuclear".
Nesta sexta, dia 13, o presidente George W. Bush disse que não quer prejulgar o conteúdo do relatório iraquiano, mas acrescentou que seu "instinto" lhe diz que Saddam "é um homem que nega e engana". Nos bastidores, porém, um funcionário revelou que ala mais linha-dura do governo consideram o relatório é "risível" e que essa é toda a justificativa legal de que os EUA precisam para um ataque". Os norte-americanos usarão sua análise preliminar para influenciar os colegas da ONU a manifestarem publicamente seu ceticismo. Falhas no relatório podem ser o pretexto que os EUA estão buscando para a invasão do Iraque.
Nesta sexta, os especialistas em armas no Iraque convocaram autoridades da própria ONU e do governo de Saddam para solucionarem um conflito de interesses surgido durante as inspeções em um centro de controle de doenças em Bagdá. Foi a primeira vez, desde a volta dos inspetores ao Iraque no mês passado, que um problema exigiu a intervenção de autoridades superiores. Em declarações dadas do lado de fora do Centro de Controle de Doenças Transmissíveis, subordinado ao Ministério da Saúde, Gregoric disse que uma equipe de inspeção de armas biológicas havia pedido ajuda. O general Hussam Mohammed Amin, chefe do escritório iraquiano de ligação com os inspetores, compareceu imediatamente ao local. Amin também afirmou que o procedimento de etiquetagem dos equipamentos precisava ser esclarecido.
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