| 13/12/2007 04h31min
O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, disse que a rejeição da CPMF foi "uma derrota de muitos brasileiros que são atendidos hoje pelo recurso proveniente" do imposto.
— Evidentemente que todos vão ter que arcar com a responsabilidade, com o voto de cada um. O governo também, com a sua parte — afirmou.
Ele afirmou ter recebido a derrota com serenidade:
— Lamentamos profundamente que a questão tenha sido politizada. Houve uma separação se era vitória do governo ou da oposição, esquecendo-se do tamanho da sociedade brasileira que tinha benefícios que eram atendidos pela CPMF.
Questionado sobre qual seria o plano B do governo sem a CPMF, Múcio voltou a afirmar que cada um terá que arcar com a sua responsabilidade. O governo estimava arrecadar R$ 40 bilhões com o imposto no ano que vem:
— Evidentemente que amanhã será outro dia e vamos procurar as soluções. Saber aonde vamos ter que
promover os cortes. Isso atingirá Estados e municípios, mas temos a
absoluta tranqüilidade de que o governo terá que procurar novos caminhos para que esses brasileiros não fiquem desassistidos.
O ministro não quis adiantar nenhuma medida que o governo pretende tomar agora. José Múcio descartou a reapresentação da emenda da forma como foi levada à votação no plenário nesta quarta-feira.
José Múcio disse, ainda, que o governo tirou algumas lições importantes dessa derrota:
— Primeiro precisamos estreitar as nossas relações com o Senado. Precisamos ser mais parceiros dessa queda de braço. É ruim para o país, para o governo, para o Legislativo. Segundo, a necessidade de se ter uma reforma tributária, para que essas coisas periódicas ou transitórias não nos promovam a surpresa que nos promoveram essa noite.
O ministro informou que manteve contatos até a meia-noite com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi para o Palácio da Alvorada por volta das 20h de ontem.
— Ele
estava absolutamente sereno e, democrata como é, amanhã absorverá
com tranqüilidade o resultado do Senado.
Em entrevista para a Rádio Gaúcha, o senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou a rejeição da CPMF. Segundo ele, o governo terá dificuldade para investir na área social. Com o fim da cobrança do tributo, a União deixará de arrecadar R$ 40 bilhões anuais.
— Com certeza o governo terá menos recursos para investimentos na área social. No Bolsa-Família, são 12 milhões de famílias que dependem desse dinheiro — disse Paim.
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