| 28/12/2007 17h18min
A audiência dos três venezuelanos e um uruguaio acusados de atuar e conspirar nos Estados Unidos no "caso da mala", prevista para esta sexta-feira, foi adiada para 7 de janeiro. Dois dos acusados, Franklin Durán e o uruguaio Rodolfo Edgardo Wanseele Paciello, ambos de 40 anos, se declararam hoje inocentes. Durán optou por comparecer a julgamento, enfrentando as acusações diante de um júri. O adiamento permitirá aos advogados dos acusados dispor de mais tempo para preparar a defesa. A promotoria acusa os quatro detidos de participar do envio ilegal de US$ 800 mil supostamente com destino à campanha eleitoral da atual presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner.
Além de Durán, os outros acusados são o empresário venezuelano do setor petroleiro Carlos Kauffmann, de 35 anos, e seu compatriota Moisés Maionica, de 36 anos. O quinto acusado é o venezuelano Antonio José Canchica Gómez, de 37, que está foragido. O juiz William Turnoff concedeu liberdade mediante fiança de
US$ 150 mil a
Paciello, mas estuda a apelação apresentada no último dia 18 pela promotoria, que pediu a anulação do benefício. Uma audiência sobre a concessão ou não da liberdade mediante fiança a Maionica está prevista para 2 de janeiro.
A acusação formal, apresentada em 20 de dezembro, incluiu uma pormenorizada descrição das conversas por telefone e reuniões "secretas" dos acusados com o empresário venezuelano Guido Antonini Wilson. O propósito dos encontros, que aconteceram na Flórida de agosto a dezembro, segundo a acusação, era conseguir que Wilson guardasse silêncio sobre a origem e o destino do dinheiro, que ele tentou levar à Argentina. Graças a uma conversa gravada entre o empresário e um dos detidos, a promotoria descobriu que os dólares seriam supostamente destinado à campanha de Cristina. O promotor-adjunto, Thomas Mulvhill, afirmou numa audiência que dois dos acusados ofereceram a Wilson US$ 2 milhões para guardar silêncio sobre a origem do dinheiro confiscado em Buenos Aires. Durante as
reuniões, os
réus disseram ao empresário que vários funcionários de alta categoria do governo venezuelano sabiam do caso.
Argentinos protestaram contra acusações ontem, em frente à embaixada americana
Foto:
Leo La Valle, EFE
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