Guido Antonini Wilson, o empresário venezuelano protagonista do "escândalo da maleta", teria estado na Casa Rosada, sede do governo argentino, dois dias depois de ter tentado entrar ilegalmente com US$ 790 mil no país. A afirmação foi feita pela promotora federal argentina Luz Rivas Diez, que investiga o caso, com base em informações de Victoria Bereziuk, ex-secretária de Ricardo Uberti, um dos homens de confiança de Julio De Vido, Ministro de Planejamento. De Vido foi o braço direito do ex-presidente Néstor Kirchner na área econômica e continua no mesmo posto no governo da atual presidente.

O escândalo, embora tenha sido levado a público em agosto, ressurgiu com intensidade há duas semanas, quando a Justiça Federal de Miami e o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, indicaram a existência de fortes suspeitas de que os fundos levados por Wilson estavam destinados à campanha de Cristina Kirchner, eleita presidente em outubro. Bereziuk afirmou que viu o empresário na Casa Rosada quando ocorreu um coquetel para representantes do governo da Venezuela. A ex-secretária viajou no avião da estatal argentina Enarsa, que em agosto transportou Wilson de Caracas à Buenos Aires. No avião, além de funcionários da Enarsa, também estavam altas autoridades da estatal venezuelana PDVSA. Atualmente, Bereziuk trabalha no Ministério do Planejamento.