A boa acolhida da mensagem de mudança promovida pelo pré-candidato democrata à Casa Blanca Barack Obama, que já rendeu sua vitória nos caucus (prévias) de Iowa, colocou o aspirante à frente das pesquisas em New Hampshire. Faltando dois dias para que sejam realizadas as primárias neste Estado, que costumam marcar a tendência do resto das eleições presidenciais, Obama conta com o apoio de uma média de 33,2% dos eleitores, segundo dados do site RealClearPolitics.com. Ele é seguido de perto pela senadora Hillary Clinton, com 31,2%, e pelo senador John Edwards, com 19,2%, empatado com o governador do Novo México, Bill Richardson, com 19,2%.

A média calculada pelo RealClearPolitics.com inclui várias pesquisas, entre elas a da CNN, que indica um empate entre Hillary e Obama, e a da Universidade de Suffolk, que dá uma ligeira vitória à senadora. No entanto, a pesquisa publicada neste domingo pelo jornal local Concord Monitor aponta que o senador tem um ponto de vantagem sobre a adversária. Os quatro pré-candidatos foram convocados hoje a um debate pela cadeia ABC em New Hampshire.

Em seus discursos, todos se disseram agentes da mudança da qual os Estados Unidos precisam, até o ponto em que Hillary teve que erguer a voz para dizer que ela também tem experiência. A afirmação irritou o senador Edwards, que acusou a rival de atacar a si e a Obama cada vez que eles levantam a bandeira da mudança.

— É que não se trata só de falar ao povo sobre a necessidade de mudança, se trata de trabalhar duro por ela, como eu estive fazendo nos últimos 35 anos — replicou a senadora.

Em um tom mais conciliador, Obama afirmou que os quatro pré-candidatos, se chegassem à Casa Branca, representariam uma "mudança" em relação à política do presidente americano, George W. Bush. Consciente de que os números das pesquisas estão mudando, um dos moderadores do debate perguntou à senadora de Nova York por que o povo gosta mais de Obama que dela.

— Essa pergunta doeu — brincou a ex-primeira-dama, entre risos do público, para em seguida ressaltar que ela é a "agente da mudança da qual o país precisa".