| 07/01/2008 18h05min
Dois venezuelanos acusados por suposto esquema para encobrir a fonte de US$ 800 mil supostamente destinados a financiar a campanha eleitoral da presidente da Argentina Cristina Kirchner se declararam inocentes nesta segunda-feira. Em breve audiência em tribunal americano, Moises Maionica, de 36 anos, e Carlos Kauffmann, de 35 anos, alegaram inocência das acusações de não se registrarem nos Estados Unidos como agentes de um país estrangeiro. Nenhum deles se pronunciou, deixando os advogados falarem.
Maionica, Kauffmann e outras três pessoas são suspeitas de encobrir a fonte venezuelana do dinheiro levado para a Argentina numa maleta, em agosto de 2007. A quantia seria destinada à campanha eleitoral da então candidata Cristina, eleita em 28 de outubro. O dinheiro foi levado pelo cidadão americano-venezuelano Guido Antonini Wilson, procurado pela Argentina, mas que tem cooperado com os investigadores federais dos Estados Unidos. Os outros acusados no caso são o venezuelano Franklin Duran e
o uruguaio
Rodolfo Wanseele, que também se declararam inocentes. Os quatro enfrentarão 10 anos de prisão e multas de US$ 125 mil se forem considerados culpados.
Os governos de Argentina e Venezuela denunciaram a investigação americana como politicamente motivada, o que a administração de George W. Bush nega. O FBI tem várias gravações dos envolvidos supostamente discutindo o pretenso disfarce e o papel de seus governos. Duran e Kauffmann, parceiros de Wilson, são acionistas da companhia venezuelana petroquímica Venoco e têm laços econômicos com a estatal petrolífera que financia o governo do presidente Hugo Chávez. Duran também possui uma mansão de frente para o mar na ilha de Key Biscayne, em Miami.
Hoje, no tribunal, Maionica recusou um acordo e nova audiência foi programada para sexta-feira, disse o advogado Ruben Oliva. O juiz americano Barry Garber decidiu que ele deve permanecer sob custódia por risco de fugir e por representar perigo para a comunidade, mas disse que pode
pedir liberação sob
fiança. Outro venezuelano, Antonio Jose Canchica Gomez, também acusado, não foi preso. Investigadores americanos alegam que Canchica foi enviado como emissário do governo da Venezuela para persuadir Wilson a ajudá-lo no suposto encobrimento, e que este foi ameaçado e recebeu oferta de US$ 2 milhões para que se calasse.
O ministro da Justiça argentino Anibal Fernández pediu novamente que os EUA honrassem o pedido de extradição de do empresário por lavagem de dinheiro:
— A maneira de resolver esse caso é extraditar Antonini Wilson. Parem de protegê-lo e deixem que ele fale o que tem a dizer.
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