| 08/01/2008 22h03min
New Hampshire se volta nesta terça-feira à noite para as eleições primárias à presidência dos Estados Unidos com a perspectiva de lançar o senador democrata Barack Obama, e de dar uma segunda oportunidade ao republicano John McCain, que já havia se candidatado em 2000. As pesquisas de boca-de-urna dão como certa a vitória de Obama, com 39% dos votos, o que lhe consolidará como a primeira aposta dos eleitores democratas, após já ter vencido no Estado de Iowa.
A senadora Hillary Clinton se encontra em posição mais difícil — vem de uma terceira colocação em Iowa e hoje poderá ficar relegada a uma segunda posição, com nove pontos de diferença de Obama, segundo os últimos dados da Universidade de New Hampshire.
O ex-senador John Edwards pode alcançar apenas 16% dos votos, apesar da intensa campanha que realizou neste pequeno Estado do noroeste dos Estados Unidos, com apenas 1,5 milhão de habitantes.
Disputa apertada entre
republicanos
No lado republicano, as
coisas estão mais apertadas, pois as pesquisas atribuem a John McCain o apoio de 31% dos eleitores, seguido de perto pelo ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, com 26%. O ex-governador de Arkansas, Mike Huckabee, que venceu em Iowa graças ao apoio de conservadores religiosos, só conseguirá hoje 13% de votos em New Hampshire, se as previsões se concretizarem.
Apesar do intenso cansaço acumulado na última semana, os pré-candidatos à Presidência americana aproveitaram até o último minuto para tentar conquistar o voto dos eleitores, principalmente dos indecisos e dos independentes, que em New Hampshire têm um grande peso.
No lado democrata, todos os olhares estão no jovem senador Barack Obama, que em quatro anos passou de um completo desconhecido a líder da corrida presidencial, graças ao bom impacto que sua mensagem de mudança e unidade teve.
— Hoje chegou a oportunidade de se colocarem de pé. Hoje chegou o momento de dizer que estão cansados da
política mesquinha de Washington —
disse o senador a uma multidão reunida em Hannover.
Michigan pode salvar Hillary
A ex-primeira-dama Hillary Clinton, consciente de que New Hampshire pode representar um novo golpe à sua corrida presidencial, tentou minimizar a importância das primárias de hoje. Segundo a senadora, com as primárias de New Hampshire "termina o fácil" e começa o mais difícil, que são as eleições primárias no resto do país, que praticamente se encerram em 5 de fevereiro com a "super-terça".
Para os analistas, Hillary poderia sair muito prejudicada hoje caso perca para Obama por mais de 10 pontos, e a única salvação para revitalizar sua campanha seria obter uma clara vitória nas primárias de Michigan, na próxima semana.
A tensão e o cansaço dos últimos dias parecem ter se refletido na ex-primeira-dama, que na segunda-feira se emocionou ao confessar a um grupo de eleitores a paixão que sentia pelo país e a dificuldade de,
em algumas ocasiões, convencer o povo de que ela é a mais
preparada para chegar à Casa Branca.
Entre os republicanos, John McCain e Mitt Romney estão lutando até o último momento para obter o apoio dos eleitores independentes que não estão inscritos como democratas e republicanos, e que em New Hampshire representam 40% de todos os votantes.
— Os republicanos votarão em mim. Os independentes também votarão em mim — disse hoje Mitt Romney, confiante em poder reverter os resultados que apontam as pesquisas e vencer McCain.
O senador do Arizona espera poder reviver hoje o sonho presidencial de 2000, quando venceu as primárias de New Hampshire, embora depois suas expectativas tenham sido frustradas, ao perder a candidatura republicana para George W. Bush. Em entrevista por rádio, confessou que a derrota para Bush foi fatal.
— Comportei-me como um bebê: Dormia oito horas, acordava e chorava. Espero que este ano não me ocorra o mesmo.
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