| 13/01/2008 18h39min
O secretário de Estado adjunto americano para a América Latina, Tom Shannon, qualificou de lamentável a reação do governo argentino à investigação que ocorre nos Estados Unidos sobre o chamado "caso da mala" que atinge o executivo da Argentina.
— A reação inicial foi lamentável frente aos fatos — disse em entrevista publicada hoje pelo jornal argentino Clarín, ao ser questionado sobre a investigação realizada pelos EUA sobre os US$ 800 mil não declarados com os quais o empresário venezuelano Guido Antonini Wilson tentou entrar em Buenos Aires.
Shannon lembrou que recentemente o chefe de Gabinete argentino, Alberto Fernández, disse publicamente que "este é um caso que está sendo manuseado pelas autoridades judiciais nos EUA e que é preciso deixá-lo evoluir só no seio do sistema judiciário americano".
Um promotor de Miami que investiga um caso de suposta espionagem venezuelana na Argentina apresentou provas de que o dinheiro era destinado à campanha
eleitoral de Cristina Fernández, que
no dia 10 de dezembro sucedeu seu marido, Néstor Kirchner, na chefia do Estado.
O governo argentino ressaltou então que o novo Executivo é alvo de "operações lixo" e acusou os EUA de montarem "uma operação de inteligência" e de "entorpecer a justiça argentina".
— Quero deixar claro que não é assim. A investigação não teve um objetivo de política externa", disse Shannon em alusão às críticas da Argentina sobre o processo nos EUA.
— O propósito foi investigar ações no sul da Flórida executadas pelos detidos que estavam atuando como agentes de um país estrangeiro sem estar registrados no Departamento de Justiça. A investigação não era dirigida à Argentina — ressaltou.
Shannon considerou que "a relação bilateral (entre Argentina e Estados Unidos) deveria continuar sem problemas".
— O problema foi a reação quente imediata (da Argentina), uma reação equivocada no início — criticou.
— Mas nós
estivemos tentando explicar que isto é um problema policial, que deve
permanecer nos canais judiciais, e que devemos continuar trabalhando os aspectos da relação bilateral que são importantes para os dois países — defendeu.
Segundo Shannon "os Kirchner manipularam isso no início para proteger sua base política e para aplacar a preocupação doméstica de uma maneira que não levou em conta uma visão de política externa mais ampla".
— Acho que agora há mais compreensão", afirmou o funcionário americano ao Clarín. A justiça argentina também realiza uma investigação sobre o caso.
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