| 25/01/2008 18h10min
O advogado venezuelano Moisés Maiónica, de 36 anos, se declarou culpado nesta sexta-feira, perante um tribunal americano, por tentar ocultar a origem da maleta com US$ 800 mil apreendida com o empresário Guido Antonini Wilson no aeroporto de Buenos Aires no ano passado. Ele era acusado de ter sido enviado pelo governo do presidente Hugo Chávez a Miami para conversar com Wilson e ajudá-lo a ocultar a origem do dinheiro. Suspeito de conspiração, o advogado poderia pegar até 15 anos de prisão pela lei dos Estados Unidos. Maiónica se declarou inocente no último dia 7, mas resolveu voltar atrás e admitir a culpa após um acordo com a promotoria.
O "caso da maleta" foi um dos maiores escândalos envolvendo o governo argentino. O empresário americano-venezuelano foi flagrado com o dinheiro na alfândega quando chegava à capital argentina num avião procedente de Caracas junto com altos executivos da estatal petrolífera venezuelana PDVSA. As suspeitas são de que o dinheiro teria sido enviado por
Chávez para
ajudar a financiar a campanha da atual presidente argentina, Cristina Kirchner.
Após ser interrogado por autoridades argentinas, Wilson voltou para Miami, onde mora. Como ele aceitou colaborar com a polícia federal americana (FBI) para esclarecer o caso, entrou no programa de proteção à testemunha do governo. Rubén Oliva, advogado de Maiónica, explicou que seu cliente estava prestes a embarcar num cruzeiro quando recebeu uma ligação de oficiais venezuelanos que lhe pediram para conversar. Segundo promotores americanos, ele seria um agente a serviço da Venezuela. Maiónica é um dos quatro detidos sob essa acusação.
Os outros são os venezuelanos Carlos Kauffmann, de 35 anos, e Franklin Durán, de 40 anos, além do uruguaio Rodolfo Wanseele Paciello, de 36 anos. Ao contrário de Maiónica, porém, os três se declararam inocentes. Se eles forem condenados, poderão pegar 10 anos de prisão e ter de pagar uma multa de US$ 250 mil. No dia 15, uma juíza na Flórida fixou para março o
início oficial do
julgamento dos detidos. Entre as provas que serão apresentadas pela acusação, está a gravação de uma conversa na qual um dos suspeitos teria oferecido a Wilson US$ 2 milhões para ficar em silêncio.
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