A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou hoje que a independência do Kosovo é a decisão correta, e que a perspectiva européia permitirá pacificar definitivamente o oeste dos Bálcãs.

Em um encontro com jornalistas da Associação da Imprensa Estrangeira credenciada em Berlim, Merkel disse que o caso do Kosovo é "sui generis" e "não tem comparação" com o de nenhum outro território do mundo. Merkel defendeu o "respeito absoluto" pelas minorias étnicas tanto no Kosovo quanto em outros lugares dos Bálcãs ocidentais, e disse que a União Européia "não dará prioridade" a nenhum destes países em detrimento dos outros.

— O próprio respeito às minorias étnicas é a base para que Kosovo possa ter uma perspectiva européia — acrescentou.

Ela afirmou que é precisamente essa aspiração que proporcionará à região mais liberdade, mais democracia e um melhor desenvolvimento econômico.

A chanceler alemã disse que a independência do Kosovo era um tema "que estava no ar há anos", por isso acrescentou que não foi "nenhuma surpresa" a decisão adotada ontem pelo Parlamento kosovar. Além disso, negou que essa independência vá prejudicar as relações bilaterais entre a União Européia e a Rússia, que apoiou os interesses da Sérvia, contrária à independência de sua ex-província.

— Temos relações estratégicas muito estáveis — disse Merkel, que afirmou ainda que abordou "em muitas ocasiões" a questão da independência do Kosovo com o presidente russo, Vladimir Putin.