| 04/03/2008 17h50min
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs no Senado, o reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland, se defendeu das acusações sobre os gastos superiores aos de mercado na reforma do apartamento funcional que ocupava.
A reforma foi feita com recursos da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) e, segundo o reitor, foi aprovada pelo conselho diretor da instituição. De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, a fundação teria destinado R$ 470 mil à decoração do apartamento.
— Em março de 2006, o conselho decidiu que reitores devem dispor de residência oficial. Foi escolhido um apartamento e, então, foram tomadas as providências para mobiliá-lo — disse Mulholland, que afirmou que a universidade possui 1,6 mil imóveis.
Segundo o reitor, o mobiliário foi comprado pela Finatec na modalidade de Desenvolvimento Institucional — o que, segundo ele, não configura desvio
de recursos.
Mulholland
também disse que os gastos "não se deram em prejuízo à pesquisa", apontando que, no ano passado, a Finatec destinou R$ 13,9 milhões à assistência estudantil, cerca de R$ 6 milhões foram destinados à pesquisa, mais de R$ 5 milhões para gastos em reformas e outros R$ 73 milhões para 15 obras que estão em andamento.
— Lamento o abalo à imagem da UnB gerado por este episódio. Temos convicção que este incidente em nada diminui o relevo de importância da universidade para com a sociedade — declarou.
Ao ser questionado pelo relator da CPI, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), de apropriação indevida de um bem público, o reitor justificou que o imóvel pertence à universidade.
— Posso providenciar cópia da escritura (que está no nome da UnB) para esta CPI. O investimento foi no imóvel, os bens que foram colocados nele foram tombados pela universidade. Inclusive, desocupei o imóvel por causa desta discussão sobre o que é público e o que é privado — justificou.
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