| 16/03/2003 17h28min
O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante, afirmou neste domingo, dia 16, que o caminho para as reformas tributária e da Previdência já está delineado depois de receber o apoio do diretório nacional do partido. Com 70% dos votos, uma resolução que sustenta a política econômica adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aprovada pelo diretório depois de dois dias de reuniões.
Segundo o senador Mercadante, a postura do governo não vai ser alterada pelos seminários e debates que o PT pretende continuar organizando para debater política econômica e reformas. O texto da resolução vai servir como recado aos radicais, especialmente os deputados federais João Batista Abreu (PA) e Luciana Genro (RS) e a senadora Heloísa Helena (AL). Com esse documento, a direção do PT dá a entender que vai aceitar debates, críticas e divergências, mas irá cobrar votos favoráveis ao governo, seja na política econômica ou nas propostas da reforma da Previdência.
– O PT nunca abriu mão da unidade de ação, não vai ter dissidência no PT na hora de votar – afirmou o presidente do partido, José Genoino.
Neste domingo, o diretório aprovou a nova composição da executiva nacional, instância máxima do partido. A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, será a primeira vice-presidente, antigo posto de José Genoino, hoje presidente petista. Integrantes que assumiram cargos no governo federal tiveram que deixar a executiva, como rege o estatuto do PT. O novo secretário geral da executiva é Jorge Bittar. O atual vice-presidente do PT gaúcho, Paulo Ferreira, assumirá a Secretaria de Assuntos Institucionais. Benedita da Silva, ministra da Assistência e Promoção Social, foi substituída por Conceição de Maria Nascimento Souza. Já Marina da Silva, ministra do Meio Ambiente, foi substituída por Dalva Figueiredo, e o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, por Francisco Campos. Segundo Genoino, a votação dos novos membros ocorreu por unanimidade e não houve disputas pelos cargos.
No sábado, Lula acompanhou grande parte das discussões e e fez um discurso agregador. Avaliou que o governo está mais fraco naquilo que o PT é mais forte: a área social. Ele falou sobre as divergências da sigla e lembrou os colegas que o PT tem que ser forte, autônomo e 100% governo.
Como sinal de que o PT está preocupado com o desempenho dos programas sociais, especialmente o Fome Zero, a primeira decisão da reunião veio justamente relacionada à meta de reduzir a fome no país. O diretório aprovou uma resolução que cria, no âmbito do partido, e não do governo, a Secretaria Extraordinária de Acompanhamento do Fome Zero. A secretaria terá como objetivo acompanhar e ajudar na implementação do programa, considerado a menina dos olhos do atual governo e que vem recebendo críticas de vários setores e de membros do próprio partido. A socióloga Marlene Rocha, membro da Executiva do partido, coordenará a nova secretaria.
Com informações da Agência Brasil, Reuters e Globo News.
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