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Aviões de Israel atacaram duas bases do grupo Hezbollah na terça, dia 20, no Líbano, em retaliação a um ataque cometido na véspera pela guerrilha xiita, que matou um soldado israelense.
Israel acusou a Síria, que na prática domina o Líbano, pelo incidente da última segunda, dia 19. A resposta militar limitada contra os alvos do Hezbollah pode indicar o desejo de não aumentar a tensão com Damasco.
– Houve dois ataques aéreos – disse uma fonte do Exército libanês. – Nenhuma baixa foi notificada até agora.
Testemunhas disseram que o alvo dos bombardeios foram posições do Hezbollah perto de Alman, no sul do Líbano, e nos arredores de Zibkin, localidade a leste da cidade de Tiro.
Aviões israelenses também sobrevoaram o sul do vale do Bekaa, e testemunhas disseram ter ouvido explosões.
– A Força Aérea israelense alvejou dois postos do Hezbollah usados para atacar o norte de Israel – disse o major Sharon Feingold, porta-voz militar de Israel. – A organização terrorista Hezbollah usa esses postos para seu treinamento terrorista e como depósito de armas.
Antes, o Exército israelense havia modificado seu relato oficial sobre o incidente de segunda, admitindo que o soldado morto estava vários metros dentro do território libanês, onde uma escavadeira estava retirando explosivos deixados pela guerrilha.
Outro soldado ficou gravemente ferido no ataque, que pode alimentar a tensão entre Israel e Síria. Israel acusa a Síria de armar a guerrilha e diz que Damasco "é diretamente responsável por qualquer atividade terrorista emanando do Líbano".
– Não será tolerada a atual situação em que organizações terroristas tentam escalar a situação no norte (de Israel) – disse Feingold.
A Síria nega ter controle sobre o Hezbollah. A guerrilha diz que, ao contrário do que declarou a ONU em maio de 2000, a retirada israelense do sul do Líbano não foi completa.
Israel havia feito bombardeios aéreos contra o Hezbollah pela última vez em 27 de outubro, depois que o grupo atacou postos israelenses na região conhecida como Fazendas Shebaa. O Hezbollah diz que essa área é libanesa, enquanto a ONU afirma que se trata de território sírio ocupado por Israel.
Autoridades israelenses disseram que os incidentes na fronteira e o suposto apoio sírio ao Hezbollah e a grupos palestinos mostram por que os israelenses evitam negociações de paz com os sírios.
Em dezembro, o presidente sírio, Bashar Al-Assad, propôs novas negociações, mas a idéia foi recebida com frieza pelo governo de Ariel Sharon. As negociações sobre o futuro das colinas do Golã, anexadas por Israel em 1967, estão paralisadas desde 2000.
Nesta terça, a rádio pública síria disse que há poucas chances de paz no Oriente Médio enquanto Israel continuar ameaçando a Síria e o Líbano.
– A paz estará longe do alcance na nossa região enquanto Israel aumentar seu padrão de agressão aberta contra o povo palestino e enquanto ampliar o círculo de tensões e ameaças contra Síria e Líbano – disse a rádio.
Horas antes dos bombardeios, o ministro israelense da Defesa, Shaul Mofaz, disse que seu país considerava a colocação de explosivos perto da fronteira como "provocações intencionais" por parte da Síria e do Hezbollah.
– Israel tem o direito, ou até mais, o dever moral supremo de defender seus cidadãos e soldados – disse ele a jornalistas.
Na segunda, Sharon disse a uma comissão parlamentar que o preço da paz com a Síria seria abrir mão das estratégicas colinas do Golã. Segundo políticos presentes àquela sessão secreta, Sharon deixou claro que não está disposto a pagar esse preço. As informações são da agência Reuters.
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