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O governo espanhol deu ordens a seus embaixadores, pouco depois dos atentados da última quinta em Madri, para que difundissem a versão de que o ETA foi o responsável pelos ataques, informou o jornal El País na edição deste sábado, dia 13.
– Vossa Excelência deverá aproveitar as ocasiões para confirmar a responsabilidade do ETA nestes atentados brutais, ajudando assim a dissipar quaisquer tipos de dúvidas de certas partes interessadas – diz um texto publicado pelo jornal que teria sido enviado pela ministra das Relações Exteriores do país, Ana Palacio.
Não foi possível confirmar de imediato a informação junto às autoridades no Ministério. As explosões em cadeia que abalaram a capital espanhola na quinta de manhã deixaram 200 mortos e quase 1,5 mil feridos. O governo se adiantou na quinta para apontar o ETA como o principal suspeito pelos ataques, mas surgiram também outras linhas de investigação depois que um grupo vinculado à rede Al-Qaeda teria assumido a autoria dos atentados.
Além de garantir a segurança no país, a identificação dos responsáveis pelas explosões é crucial para as eleições deste domingo. Responsabilizar o ETA poderia beneficiar o Partido Popular, que tem mantido uma posição firme contra os integrantes da luta pela independência basca.
Porém, se for provado que a Al-Qaeda ou outro grupo extremista islâmico estiver por trás dos atentados, isto poderia ser considerado como o preço pago pelo apoio do presidente José María Aznar à guerra no Iraque. O El País disse que as instruções internas do governo, enviadas na tarde de quinta, incluíam a responsabilização imediata do ETA por parte do Ministério do Interior.
– O ministro do Interior confirmou a participação do ETA. Isto é confirmado pelo tipo de explosivo utilizado e pelo padrão utilizado nos ataques, habitual ao ETA, assim como por outras informações que ainda não foram divulgadas por razões óbvias – diz o texto.
No entanto, o governo espanhol tem sido menos categórico ao afirmar que o ETA continua sendo o principal suspeito, mas que também existem outras teorias. As suspeitas do envolvimento de extremistas árabes aumentaram depois que foi encontrado um furgão com explosivos e uma fita em árabe, além de uma carta em que um grupo vinculado à Al-Qaeda assumia a autoria dos ataques.
Além disso, o ETA negou a autoria dos ataques na quinta à tarde. Segundo o jornal, o Ministério de Relações Exteriores não quis comentar na sexta o telegrama de Palacio, ou confirmar o envio de outras instruções aos embaixadores. As informações são da agência Reuters.
Veja Imagens dos ataques em Madri.
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