| 24/03/2004 11h26min
Líderes políticos e membros da realeza da Europa e de outras partes do mundo participaram nesta quarta, dia 24, de uma missa na Espanha para lembrar as 190 vítimas dos atentados a bomba supostamente realizados por militantes islâmicos em Madri neste mês. A polícia militar cercou a catedral de Almudena, no centro da cidade, e franco-atiradores assumiram posições no alto dos telhados enquanto famílias dos mortos e alguns dos 1,9 mil feridos chegavam ao local para participar da cerimônia, ao lado do rei Juan Carlos, da Espanha, e de outros líderes mundiais.
A rainha Sofia foi apenas uma das muitas pessoas que ficou emocionada durante o evento. Do lado de fora, grandes multidões se reuniram para assistir à missa, projetada nos telões instalados em praças públicas. O secretário de Estado dos Estados Undios (EUA), Colin Powell, e o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, eram os principais representantes da coalizão formada para atacar o Iraque. O primeiro-ministro da Espanha, José María Aznar, integrou as forças contra o ex-ditador Saddam Husein, indo contra a vontade da população espanhola.
Um grupo ligado à rede Al Qaeda, de Osama bin Laden, disse que os atentados de 11 de março eram uma represália pela guerra. A irritação provocada por erros do governo no modo como reagiu às bombas pode ter custado o cargo ao partido de Aznar, que perdeu as eleições realizadas três dias depois.
O chanceler da Alemanha, Gerhard Schröder, e o presidente da França, Jacques Chirac, ambos contrários à guerra no Iraque, estavam entre os líderes estrangeiros presentes na missa. O sucessor de Aznar, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, também compareceu, bem como o príncipe Mulay, do Marrocos, irmão do rei Mohammed. Alguns dos suspeitos detidos durante a investigação dos atentados são de origem marroquina.
O cardeal Antonio María Rouco Varela, arcebispo de Madri, celebrou a missa e enviou uma mensagem de apoio às famílias das vítimas. Houve algum desconforto com o fato de a homenagem ter se limitado a um culto católico. Ao menos três das vítimas eram muçulmanas.
As informações são da agência Reuters.
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