| 25/03/2004 18h42min
O primeiro-ministro espanhol, José María Aznar, disse nesta quinta, dia 25, que seu sucessor eleito, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, deve tomar uma decisão em abril sobre a dispendiosa movimentação de tropas no Iraque.
Zapatero prometeu, antes e depois da campanha, que vai retirar os 1,3 mil soldados espanhóis do Iraque, caso a Organização das Nações Unidas (ONU) não assuma o comando do processo até 30 de junho, quando um governo interino assume o poder em Bagdá.
Essa mudança de rumo da Espanha irritou os governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, embora eles ainda tentem aprovar uma resolução na ONU que convença Madri a manter as tropas no Iraque. Mas o governo conservador de Aznar disse que a substituição das tropas espanholas está marcada para 21 de abril, e que seria um desperdício de dinheiro fazer o rodízio de soldados para retirar as tropas apenas 10 semanas depois.
Os dois adversários políticos se reuniram nesta quinta, dia 25, para discutir detalhes da transição de poder. Segundo assessores do atual governo, Aznar disse a Zapatero que a decisão sobre o futuro das tropas deve ser tomada rapidamente. O novo governo só deve tomar posse no final de abril, por isso caberá a Aznar a ordem formal nesse assunto.
Se Zapatero autorizar a substituição das tropas e as retirar do Iraque semanas depois, ele pode ser acusado de desperdiçar dinheiro público, já que a operação é muito custosa.
Os socialistas venceram os conservadores de forma surpreendente nas eleições de 14 de março, apenas três dias depois dos atentados que mataram 190 pessoas em Madri e estão sendo atribuídos a militantes islâmicos. Para analistas, a derrota foi o preço pago por Aznar por participar de uma guerra extremamente impopular em seu país.
Reunidos com Zapatero nesta quarta, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, se disseram preocupados com a retirada das tropas espanholas, mas não o demoveram. Zapatero considera que a ocupação ocidental no Iraque é um "fiasco". Já Aznar e outros críticos dos socialistas, especialmente no exterior, dizem que a retirada das tropas será um prêmio aos militantes islâmicos. Com informações da agência Reuters.
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