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EUA e Grã-Bretanha querem resolução sobre Iraque na ONU em maio

Forças da resistência iraquiana realizaram vários seqüestros nesta quinta

Estados Unidos e Grã-Bretanha pretendem apresentar até meados de maio uma nova resolução à Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o processo de transição no Iraque, apesar do novo surto de violência no país, disseram diplomatas nesta quinta, dia 8.

Autoridades de ambos os países querem que os 15 membros do Conselho de Segurança dêem seu aval a um futuro governo interino iraquiano, a uma força militar multinacional e a um papel para a ONU no Iraque depois da transferência de poder.

Em Washington, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse ao Senado que começou a examinar os elementos da resolução. Eles podem incluir "alguma declaração a respeito do governo interino e sua autoridade, alguma declaração sobre o papel esperado da ONU e algo a ver com a presença de forças militares da coalizão que permaneçam no país.

As declarações foram no mesmo dia em que, em uma onda aparentemente coordenada de seqüestros, pelo menos treze civis estrangeiros de países aliados dos Estados Unidos caíram nas mãos de grupos armados em diferentes regiões iraquianas. A série de seqüestros começou a tornar-se pública quando a rede de TV árabe al-Jazeera exibiu imagens de três civis japoneses que se tornaram reféns de um até então obscuro grupo radical iraquiano, as Saraya al-Mujaheddin (Brigadas dos Guerreiros Sagrados). A organização disse que matará os reféns se Tóquio não retirar suas tropas do Iraque dentro de três dias

Em outro vídeo, atribuído ao também desconhecido grupo insurgente Ansar a-Din, dois palestinos seqüestrados são apresentados como prisioneiros. As imagens foram exibidas pela TV iraniana Al-Alam. Antes disso, sete missionários cristãos sul-coreanos que estavam  acaminho de Bagdá foram feitos reféns por um grupo armado no Iraque e libertados sete horas depois. O episódio foi relatado à emissora de TV coreana MBC por Kim Sang-mee, que estava com o grupo de missionários e escapou.

Apesar da violência, os EUA insistem em transferir a soberania de volta aos iraquianos em 30 de junho. Os militares norte-americanos continuariam a chefiar uma força multinacional, e os EUA permaneceriam no controle dos bilhões de dólares usados na reconstrução.

Um problema importante é como será o futuro governo interino iraquiano. Um representante da ONU, Lakhdar Brahimi, está no Iraque para discutir esse governo, que terá mandato até as eleições para o governo permanente, no começo de 2005. Alguns membros do Conselho consideram difícil encontrar uma solução antes que Brahimi termine seu trabalho.

A resolução deve fornecer uma base legal internacional que cubra o período entre o fim oficial da ocupação norte-americana e a escolha de um governo soberano por meio de eleições.  Essa resolução do Conselho é ainda mais importante por causa da ameaça espanhola de retirar suas tropas do Iraque se a ONU não assumir um papel central no Iraque.

Uma força multinacional sob comando dos EUA já foi autorizada pelo Conselho, mas precisa ser confirmada por outra resolução. O secretário-geral Kofi Annan já deixou claro, porém, que a entidade não vai organizar uma missão de "capacetes azuis" (tropas de paz) para o Iraque.

O Iraque atualmente está sob embargo de armas, exceto para aquelas enviadas às forças de ocupação. A resolução deve pedir ao Conselho que suspenda essa proibição ao final da ocupação.

Preocupações de segurança estão impedindo que a ONU estabeleça funcionários estrangeiros no Iraque. Todos eles deixaram o país depois do atentado de 19 de agosto contra o escritório da entidade em Bagdá, que matou 23 pessoas, inclusive o chefe da missão, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello. Uma fonte da ONU disse que o retorno da equipe "depende das circunstâncias, e neste momento elas não parecem muito boas". As informações são da agência Reuters e O Globo.

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