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O plano israelense de desocupar a Faixa de Gaza não deve envolver qualquer ação na Cisjordânia que afete a eventual criação de um Estado palestino viável. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, pediu especialmente que a retirada se adeque ao plano de paz proposto pelo chamado quarteto de mediadores – Estados Unidos, Rússia, União Européia e ONU.
Annan fez essas declarações a jornalistas no momento em que o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, desembarcava em Washington, onde vai buscar apoio do presidente George W. Bush para a desocupação de Gaza. A intenção de Sharon é fortalecer os assentamentos judaicos na Cisjordânia, um território reivindicado pelos palestinos para o seu futuro Estado.
Segundo uma fonte israelense de primeiro escalão, Bush e Sharon devem "delinear os contornos de um acordo de paz final e o direito de Israel de viver junto a fronteiras defensáveis, levando em consideração as realidades demográficas no terreno". Isso significa, na interpretação israelense, que o país poderá manter seus principais assentamentos na Cisjordânia, região ocupada desde 1967.
Na segunda, dia 12, Sharon enfureceu os palestinos ao dizer que Israel manteria os assentamentos da Cisjordânia, o que alimenta os temores de que a desocupação de Gaza seja um estratagema para anexar terras palestinas.
Questionado sobre o assunto, Annan disse estar ciente da decisão de Sharon de abandonar Gaza, mas alertou contra seus planos na Cisjordânia. Ele disse que a desocupação de Gaza é apenas "um primeiro passo" dentro do plano de paz, "que pede a retirada israelense de Gaza e da Cisjordânia".
– E espero que qualquer retirada seja feita no contexto do plano do quarteto, e não seja algo que impeça a futura criação de dois Estados – um Estado palestino viável vivendo lado a lado com Israel, em paz – disse Annan.
Sharon precisa do apoio de Bush à desocupação de Gaza para conter membros do seu partido, o Likud, que são contra a concessão das terras. O Likud fará um referendo interno sobre o assunto em 2 de maio. Bush vem se mostrando cauteloso, elogiando a desocupação de Gaza, mas dizendo que ela não representa o fim do plano de paz.
Com informações da agência Reuters.
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