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Mais de 50 mil israelenses se reuniram nesta terça, dia 27, no assentamento de Gush Katif para protestar contra a intenção do primeiro-ministro Ariel Sharon de desocupar os enclaves judaicos na Faixa de Gaza. Era uma passeata para marcar o Dia da Independência de Israel, mas o grande número de manifestantes aumentou as esperanças dos assentados numa derrota do plano de desocupação, que será votado num plebiscito do Likud (partido de Sharon) no dia 2 de maio.
– Há muito mais gente aqui do que poderíamos esperar. Gente de todo Israel veio para dizer: nós não estamos nos desligando, ficaremos com vocês – disse à Reuters o colono Dror Vanunu, do assentamento Neveh Dekalim, no sul de Gaza.
O número de 50 mil manifestantes foi estimado pela mídia israelense e por testemunhas, que disseram que outros milhares ficaram retidos em congestionamentos na fronteira. O plano de Sharon prevê desocupar unilateralmente todos os assentamentos judaicos em Gaza e quatro dos 120 da Cisjordânia.
Segundo as pesquisas, a aprovação pelo Likud – partido tradicionalmente pró-colonos – ainda é incerta. Uma sondagem mostrou na sexta-feira que 49% dos 200 mil integrantes do Likud eram a favor do plano, e 39,5% eram contrários.
Uma derrota no plebiscito representaria um forte golpe para Sharon, que já indicou que mesmo assim levaria o projeto ao Parlamento. O plano obteve aprovação do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, numa visita de Sharon a Washington este mês.
Sharon continuava confiante, na terça-feira, no prosseguimento do plano.
– Espero que no próximo Dia da Independência estejamos no meio do processo de desocupação – disse Sharon numa cerimônia militar.
Segundo ele, a retirada de Gaza vai recuperar a segurança de Israel, que há três anos e meio sofre ataques palestinos. Mas muitos integrantes do Likud se opõem a qualquer cessão de terra e classificam a proposta como "uma recompensa ao terror''.
Já os palestinos encaram o plano de Sharon como uma tentativa de anexar grandes áreas da Cisjordânia, áreas que os palestinos querem destinar a um Estado independente.
A violência continuou no Dia da Independência. Soldados israelenses mataram dois militantes palestinos durante confrontos na cidade de Tulkarm, na Cisjodânia, e feriram gravemente um menino de 9 anos, disseram médicos palestinos. Fontes militares israelenses afirmaram que os mortos pertenciam ao Hamas e à Jihad Islâmica, duas organizações militantes responsáveis pela campanha de ataques suicidas contra Israel. O Hamas disse que os dois faziam parte de sua organização. Desde o assassinato por Israel do líder do Hamas Abdel-Aziz al-Rantissi, em 17 de abril, já morreram pelo menos 34 palestinos em enfrentamentos com soldados.
As informações são da agência Reuters.
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