Parentes e amigos dos três reféns italianos no Iraque se reuniram nesta quinta, dia 29, para uma manifestação pela paz na esperança de convencer os seqüestradores a libertá-los. A marcha, que seria realizada desde o Rio Tibre até a Praça São Pedro, deve terminar com um show de solidariedade e apoio do papa João Paulo II.

Seqüestradores ameaçaram matar os três, que trabalhavam para uma firma de segurança privada dos Estados Unidos, se os italianos não realizassem uma manifestação em Roma contra a presença militar da Itália no Iraque. Em uma fita transmitida por uma televisão árabe na segunda-feira, eles deram um prazo de cinco dias.

– Eu peço a todos vocês, como mãe, que estejam conosco – disse Maria Luisa Stefio.

Salvatore Stefio, Umberto Cupertino e Maurizio Agliana foram capturados há mais de duas semanas nos arredores de Bagdá. Um quarto refém italiano que estava com eles foi morto pelos sequestradores que pedem a retirada dos 2,7 mil soldados italianos do país árabe.

Líderes políticos prometeram que a Itália não se renderia a nenhuma chantagem, mas as famílias pediram que fosse feita uma marcha pela paz, sem motivação política.

– Estamos nos manifestando pela libertação desses garotos. Não tem nenhuma mensagem política, é somente pela paz – disse Antonella Agliana, irmã de outro refém.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, um dos principais aliados de Washington, disse que está trabalhando para assegurar a libertação dos reféns. Ele prometeu várias vezes que manterá as tropas no Iraque. A Itália tem o terceiro maior contingente militar no país depois dos EUA e da Grã-Bretanha.

A maioria dos italianos se opôs à guerra contra o Iraque e muitos pedem uma retirada. O maior partido de oposição do país, os Democratas da Esquerda, disse que vai apresentar uma proposta ao Parlamento sobre o tema em maio. Em uma tentativa de garantir a liberdade dos reféns, o pequeno Partido Verde enviou à televisão Al Jazeera uma fita das várias manifestações contra a guerra na Itália.

As informações são da agência Reuters.