Uma soldado dos Estados Unidos acusada de ter torturado prisioneiros no Iraque pediu ao vice-presidente do país, Dick Cheney, e ao secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, que testemunhem em favor dela. A soldado Lynndie England, de 21 anos, deve comparecer a uma audiência preliminar em Fort Bragg, na Carolina do Norte, onde fica sua base, no dia 22 de junho.

England aparece em pelo menos duas fotos famosas tiradas na prisão de Abu Ghraib, localizada perto de Bagdá. Em uma delas ela segura um cordão amarrado ao pescoço de um iraquiano nu. As imagens detonaram críticas em todo o mundo, mas especialmente entre os árabes, e o presidente dos EUA, George W. Bush, desculpou-se pelos maus-tratos dos prisioneiros.

Rose Mary Zapor, advogada de England, disse em uma entrevista coletiva que Cheney e Rumsfeld estavam na lista de mais de 130 pessoas que a defesa quer chamar como testemunhas.

Segundo Zapor, a tese da defesa, de que a militar apenas seguia ordens, pode ser fortalecida por declarações dadas por Rumsfeld e por Cheney. O vice-presidente teria conhecimento das ''táticas de inteligência'' por ter servido como secretário de Defesa durante o governo de George Bush, pai do atual líder norte-americano.

Um outro dos advogados de England, Carl McGuire, disse acreditar que o caso chegaria a uma corte marcial.

– Nessas audiências, o que tentamos é descobrir algum material novo e descartar algumas testemunhas.

Outros seis membros das Forças Armadas dos EUA também foram acusados formalmente de torturar detentos em Abu Ghraib. Um deles, Jeremy Sivits, confessou ser culpado e foi condenado a um ano de prisão. Não houve declarações até o momento de Cheney nem de Rumsfeld sobre o pedido da defesa.

As informações são da agência Reuters.