| 28/06/2004 16h37min
Apesar de os Estados Unidos terem transferido a soberania aos iraquianos, analistas árabes duvidam que a violência termine enquanto houver tropas norte-americanas no país. Os estudiosos não acreditam que os iraquianos consigam dirigir de fato a nação.
Os governos árabes aliados dos Estados Unidos saudarem a transferência de soberania com algumas ressalvas. O ministro das Relações Exteriores do Egito, Ahmed Maher, disse que a transferência limitada de soberania aos iraquianos tornaria mais fácil a tarefa de estabilizar o Iraque, imerso em uma onda de violência desde a invasão liderada pelos EUA, em março de 2003.
– É isso que o Egito deseja para o povo iraquiano, que eles tenham a oportunidade de controlar seus próprios negócios e de restaurar a total soberania – afirmou Maher.
O gabinete saudita, em um encontro liderado pelo rei Fahd, saudou a transferência.
– Estamos felizes com a transferência de poder no Iraque para que o país possa recuperar sua soberania e pavimentar o caminho para a reconstrução do país – disse em um comunicado.
O Kuwait disse que a cerimônia de segunda, realizada dois dias antes do previsto, marcava o "começo de uma nova era".
Paul Bremer, a autoridade norte-americana encarregada até então de administrar o Iraque, empossou Ghazi al-Yawar na Presidência iraquiana e Iyad Allawi como primeiro-ministro do país. Mas alguns analistas árabes mostraram ter dúvidas sobre o significado da cerimônia – mais de 160 mil soldados estrangeiros, em sua grande maioria norte-americanos, continuarão estacionados no Iraque e não serão controlados pelo novo governo.
Segundo esses analistas, a maior parte dos governos árabes não deve reconhecer imediatamente a nova liderança iraquiana, aguardando o desenrolar dos fatos. Hassan Naifa, da Universidade Cairo, afirmou que a violência no território iraquiano não deve terminar enquanto houver forças estrangeiras ali. Mustaya al-Sayyid, um professor de Ciências Políticas da mesma universidade, afirmou:
– Não se trata de uma genuína transferência de poder, já que os civis e militares norte-americanos continuarão no país e já que as forças norte-americanas poderão agir quase que livremente – afirmou.
As informações são da agência Reuters.
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