O brasileiro João Woidyla, primo do papa João Paulo II, espera que o sucessor do pontífice leve adiante o trabalho do polonês Karol Wojtyla na liderança da Igreja Católica.

– Acho que ele fez o trabalho de papa como deveria fazer – afirmou o primo, de 83 anos, por telefone à Reuters. – Tomara que o próximo (papa) trabalhe como ele – acrescentou.

A deterioração da saúde do Papa e a morte, no sábado, trouxeram mais uma vez notoriedade ao primo em segundo grau, que vive na pequena cidade de Ponte Preta, a 400 quilômetro de Porto Alegre. João Woidyla, que recebeu um abraço do Papa numa visita ao Brasil, voltou a ser assediado para falar sobre o encontro que ocorreu há mais de 20 anos.

João Woidyla, cujo avô, José Woidyla, era irmão do avô do papa, disse que rezou muito nos últimos dias pela saúde do Papa e continua acompanhando as cerimônias do funeral pela tevê. José Woidyla veio para o Brasil em 1914, antes do nascimento de João Paulo, no dia 18 de maio de 1920. Segundo familiares no Brasil, o sobrenome deles foi alterado durante a Segunda Guerra Mundial.

Com tristeza e sem conseguir segurar o choro, o agricultor aposentado recebeu a notícia da morte do papa no sábado, enquanto gravava uma entrevista para uma rede de televisão.

– Uma vizinha gritou para ligar a tevê. Ele havia falecido.

Sobre o inesquecível encontro em 1980, durante a visita de João Paulo II a Porto Alegre, ele lembra que ficou muito emocionado e sentiu muita vontade de abraçar o papa.

– No encontro em Porto Alegre estava esperando num corredor, quando o papa terminou tudo e veio. Nos abraçamos e ele me abençoou, mas os seguranças não deixaram mais – afirmou Woidyla, que tem um irmão e três irmãs que também vivem no Rio Grande do Sul.

Segundo ele, foram poucos minutos de muita emoção. O parentesco entre eles foi reconhecido pelo Papa numa carta. Os familiares brasileiros descobriram a ligação com o Papa quando ele assumiu o pontificado, em 1978.

As informações são da agência Reuters.