| 08/04/2005 03h15min
O presidente de Cuba, Fidel Castro, disse que é "um ultraje" à memória do papa João Paulo II a presença em seu funeral do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, inimigo ideológico de Fidel.
– Agora (o governo norte-americano) foi chorar perante o corpo de João Paulo II, que tanto se opôs às guerras, que tanto se opôs à ordem imperial, que tanto condenou o consumismo e essa guerra brutal no Iraque. Até onde vai chegar tanta hipocrisia. Ao meu juízo (a presença de Bush e de outros membros de seu governo) é um ultraje à memória de João Paulo II – disse Fidel em seu discurso de quinta, dia 7.
O presidente cubano dedicou horas de mais um de seus extensos discursos para falar do papa.
– O que vai fazer em Roma o chefe do império (Bush)? Se é para colocar-se de joelhos, pedir perdão e proclamar que vai fazer tudo o que pregava João Paulo II, maravilhoso, restará a nós aplaudi-lo e propor seu nome para santo – ironizou Fidel.
João Paulo II fez uma visita histórica a Cuba em 1998 na qual criticou o embargo norte-americano, imposto à ilha há quatro décadas, mas também pediu mais liberdade na ilha comunista, onde as relações entre Igreja e Estado eram tensas.
Na última segunda, Castro voltou à catedral de Havana, onde não ia desde 1959, para uma missa em homenagem ao papa, a quem chamou horas antes de "amigo inesquecível".
As informações são da agência Reuters.
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