| 03/05/2005 08h01min
Produtores de arroz do Rio Grande do Sul decidiram nessa segunda, dia 2, em assembléia realizada à noite, em Itaqui, manter o bloqueio à entrada do produto argentino no Estado. O protesto contou com a participação de mais de uma centena de arrozeiros dos municípios de São Borja, Bagé, Itaqui e Alegrete.
Acampados desde a última sexta, dia 29, na Rua Saldanha da Gama, em Itaqui, que dá acesso à BR-472, os produtores formularam ontem uma lista de reivindicações ao presidente da Federação da Associação dos Arrozeiros do Estado (Federarroz), Valter José Pötter.
Enquanto isso, 18 caminhões carregados com arroz aguardavam no município argentino de Alvear a liberação da rodovia, bloqueada com tratores, caminhões e uma colheitadeira.
Uma das questões principais é o baixo preço do arroz argentino, que derruba a cotação do produto gaúcho e a rentabilidade dos orizicultores do Rio Grande do Sul. Outra reivindicação é quanto à manutenção do preço mínimo da saca do arroz nacional em R$ 30.
O presidente do Sindicato Rural de Itaqui, Pedro de Alcântara Monteiro Neto, afirmou que a intenção é manter a mobilização até que o governo federal acene com alguma proposta para o setor. A chegada de produtores rurais de cidades distantes foi considerada um sinal de união.
Segundo o dirigente, a indignação dos arrozeiros com a "indiferença" do governo pode levar à criação de novos acampamentos em Jaguarão e Quaraí, nos próximos dias, fechando o acesso do arroz uruguaio ao país. Conforme Monteiro Neto, produtores dos municípios aguardavam uma posição da assembléia.
– Eles queriam saber se vinham para cá ou ficavam lá. Pedimos que abrissem uma nova frente na fronteira com o Uruguai – explica.
O presidente da Associação de Produtores Rurais da Região de Bagé, Ricardo Zago, ressaltou que o movimento precisa escolher uma das cidades para bloquear o acesso ao produto importado, aumentando os reflexos do protesto. O presidente da Federarroz aguarda a marcação de um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As informações são do jornal Zero Hora.
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