| 19/12/2005 14h55min
A Corregedoria da Câmara começa nesta semana a investigar a denúncia de boca-de-urna durante a votação que absolveu o deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). O deputado Mauro Passos (PT-SC) protocolou representação contra o deputado Osvaldo Biolchi (PMDB-RS), na qual o acusa de distribuir cédulas com voto já marcado.
De acordo com a Corregedoria, o deputado gaúcho vai ser citado pelo órgão até quarta-feira e terá cinco sessões para apresentar sua defesa por escrito. Como a Câmara não vai ter sessões até o dia 16 de janeiro, o deputado pode ganhar mais tempo para se defender. A assessoria de Biolchi, no entanto, já adiantou que o deputado deve apresentar a defesa assim que for citado.Depois de analisar a defesa de Biolchi, o corregedor, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), pode pedir o arquivamento do processo ou enviar a representação para o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
O deputado Mauro Passos afirma que recebeu, durante a votação, uma das cédulas prontas.
– No plenário, durante a votação, o deputado Osvaldo Biolchi, que é do PMDB do Rio Grande do Sul, estava com um conjunto de votos prontos na mão, distribuindo para os deputados. Ele inclusive me entregou uma das cédulas e, logo de pronto, eu disse que ia protocolar representação contra ele, pois ele não poderia agir daquela forma. Era um voto pelo não, portanto contrário ao relatório do Conselho de Ética e pela absolvição do deputado Romeu Queiroz – disse Passos.
Biolchi nega que tenha feito boca-de-urna. Segundo ele, Mauro Passos se confundiu ao vê-lo deixar cair uma cédula de votação. Ele disse que retirou apenas duas cédulas da cabine e colocou uma no bolso. No caminho da urna, deixou cair no chão a cédula que levava na mão. Então, utilizou a que estava no bolso para votar.
De acordo com Osvaldo Biolchi, foi logo depois de tê-lo visto deixar cair uma cédula no chão que Mauro Passos se aproximou dele com a acusação de que ele estava fazendo boca-de-urna. Biolchi disse que não está muito preocupado, e que tem certeza de que conseguirá provar que é inocente na Corregedoria.
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