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 | 13/04/2002 20h09min

Presidente interino da Venezuela restitui Assembléia Nacional

Presidente deposto, Hugo Chávez, deve deixar o país

O presidente interino da Venezuela, Pedro Carmona, anunciou neste sábado, 13 de abril, a restituição da Assembléia Nacional. O parlamento havia sido dissolvido na sexta-feira, quando Carmona assumiu o cargo ao substituir o deposto Hugo Chávez. O novo presidente deverá convocar um período de sessões extraordinárias para que normalize suas funções e possa designar os titulares do poder público. A decisão de dissolver a Assembléia foi duramente criticada tanto na Venezuela como no Exterior.

Carmona deixou nesta tarde o Palácio de Miraflores, sede do governo do país,  e foi levado por militares que o apóiam para o Forte Tiuna, o maior da capital Caracas. Cerca de 2 mil simpatizantes de Chávez realizaram uma marcha em direção ao palácio presidencial. A sede do governo foi isolada.

O presidente provisório empossaria seu gabinete neste sábado, mas a cerimônia foi adiada por causa de uma rebelião em uma base militar, em Maracay, onde se encontram estacionados os caças F-16 do país. Os militares da base não reconhecem o novo governo.

Em Guarenas, a cerca de 30 quilômetros de Caracas, foram registrados saques e a rodovia que leva à capital foi bloqueada por manifestantes que incendiaram pneus. O descontentamento chegou também à chefia de algumas províncias. Dois governadores – de Mérida e Táchira - renunciaram e outros, fiéis a Chávez, recusam-se a deixar seus postos, denunciando que o novo governo está violando as liberdades democráticas. Dos 23 estados venezuelanos, 19 encontram-se nas mãos de dirigentes eleitos por grupos ligados a Chávez.

Neste sábado, o ministro da Secretaria da Presidência da Venezuela, o vice-almirante Jesús Briceño, revelou que Hugo Chávez iria renunciar à presidência e seria levado para outro país. Em entrevista à rede de televisão CNN, a ex-primeira dama Marisabel Rodrígues de Chavez negou que seu marido tivesse assinado sua renúncia na madrugada de sexta-feira, como haviam divulgado as novas autoriades do país. Simpatizantes de Chavez e integrantes de seu antigo governo acusam Carmona e setores militares, políticos e econômicos de terem organizado um “golpe de direita”. As informações são da Rádio Gaúcha e Agência Brasil.

 
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