| 03/05/2002 09h39min
O exército israelense realizou nesta sexta-feira, dia 3, nova incursão na cidade de Nablus, norte da Cisjordânia. Dois palestinos morreram. Segundo fontes militares, a operação visa acabar com ações terroristas na região. O exército de Israel deve se retirar ainda hoje da cidade de Nablus. Nessa quinta, dia 2, o líder palestino Yasser Arafat, 72 anos, saiu de seu quartel-general de Ramallah.
Com os punhos erguidos, fazendo o “V” da vitória, Arafat foi recebido com festa por uma multidão ao deixar a sede em ruínas da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Sua primeira parada foi em um memorial em homenagem aos mortos na Intifada, onde rezou. Depois, seguiu para o principal hospital de Ramallah e para o Ministério da Educação, onde prometeu a um grupo de crianças que sua geração terá um Estado palestino. O dirigente conferiu ainda os danos na cidade. A festejada liberdade de Arafat, porém, tem limite, conforme o premier israelense, Ariel Sharon. Israel não garante o retorno do líder palestino à Cisjordânia se ele viajar ao Exterior.
Em Washington, o secretário de Estado Colin Powell anunciou, depois da liberação de Arafat, que os EUA, a União Européia (UE), a Rússia e as Nações Unidas estão em negociações para promover uma conferência internacional sobre o Oriente Médio no verão (inverno no Brasil). A conferência terá o objetivo de “acelerar o processo de paz” no Oriente Médio.
A idéia de uma conferência já havia sido apresentada antes por Sharon. O encontro poderá ter como base a proposta saudita, pela qual todos as nações árabes fariam a paz com Israel se o país deixasse os territórios ocupados em 1967. Nesta sexta, Arafat garantiu estar disposto a participar da conferência internacional sobre o Oriente Médio. Ele declarou num comunicado que o povo palestino está pronto para negociar o fim do conflito com os israelenses.
Gradualmente, as tropas israelenses estão saindo das cidades palestinas – reocupadas, segundo Sharon, para desmobilizar a infra-estrutura terrorista. Oficialmente, apenas Belém permanece ocupada – dezenas de palestinos se mantêm entrincheirados na Igreja da Natividade, sitiada pelas tropas israelenses.
Ontem, pelo menos sete manifestantes estrangeiros conseguiram entrar na basílica. O grupo levou alimentos aos palestinos. Irritado com a decisão de Arafat de entregar os seis palestinos, conforme exigia Israel, o movimento extremista Hamas ameaçou cometer novos atentados “nos próximos dias ou semanas”. Para um dirigente do movimento, Abdelaziz Rantissi, “Arafat, ao se curvar às exigências de Sharon, renunciou à última parcela de soberania”.
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