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Amaury Bier evita dar detalhes sobre tratativas com o FMI

Casa Branca elogia governo brasileiro e diz que apóia ajuda financeira

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, que chefia a missão brasileira para negociar com o FMI um eventual novo acordo, viajou nesta terça no fim da tarde para Washington. Bier e o diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn, pretendem acelerar as conversas do governo brasileiro com o Fundo. Bier evitou fazer comentários sobre a missão.

– Na minha volta terei todo o prazer em fazer comentários – disse o secretário.

Caso seja firmado, será o terceiro acordo no governo FH. O primeiro foi anunciado em novembro de 1998 e previa um total de US$ 41 bilhões, incluindo dinheiro do FMI, do Banco Mundial e de alguns países. O segundo foi firmado em setembro do ano passado e colocou à disposição do país US$ 15 bilhões. O atual acordo vence em dezembro. 

Na tentativa de pôr fim à crise diplomática criada por comentários de seu secretário de Tesouro, Paul O'Neill, o governo norte-americano afirmou nesta terça, por meio do porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, que os Estados Unidos têm "grande confiança no Brasil e apóiam a ajuda financeira internacional para o gigante sul-americano". O'Neill, por meio de uma porta-voz, afirmou que não teve a intenção de ofender o Brasil. 

No domingo passado, o secretário colocou sob suspeição, numa entrevista à televisão, a destinação de recursos concedidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) a países do Cone Sul. O secretário insinuou que o dinheiro de organismos multilaterais de crédito acaba em contas de bancos suíços. O presidente Fernando Henrique Cardoso ameaçou não receber O'Neill, no próximo domingo, caso o governo norte-americano não se retratasse.

O porta-voz da Casa Branca afirmou que o Brasil demonstrou habilidade para utilizar a ajuda monetária internacional "de maneira efetiva" e tem políticas econômicas "saudáveis". O governo brasileiro aceitou os esclarecimentos das autoridades norte-americanas. A partir de agora, o governo considera o "episódio superado" e reitera "seu desejo de que prevaleça a percepção correta da importância do relacionamento entre as duas maiores economias do continente".

Nesta terça, o dólar bateu o sétimo recorde consecutivo do Plano real, vendido a R$ 3,30.

 
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