| 20/08/2002 19h46min
Um novo incidente pode ameaçar a mais recente tentativa de paz firmada entre Israel e palestinos. Nesta terça-feira, 20 de agosto, soldados israelenses mataram Mohammed Saadat, irmão de Ahmed Saadat – líder da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP) e tido como responsável pelo assassinato de um ministro israelense no ano passado. Ahmed foi preso em maio na cidade palestina de Jericó como parte de um acordo para que Israel suspendesse o cerco ao presidente Yasser Arafat.
Um porta-voz do Exército disse que Mohammed Saadat, 23, era um militante ativo da organização de seu irmão. Ele teria sido morto ao resistir à prisão. Quando os soldados se aproximaram, ele teria puxado uma pistola e aberto fogo, ferindo dois agentes. A FPLP prometeu se vingar.
– Nossa resposta será dolorosa, e os israelenses sabem disso. Eles já experimentaram nossa resposta após o assassinato do secretário-geral Abu Ali Mustafa – afirmou Rabah Muhana, líder do grupo na Faixa de Gaza.
Mustafa foi morto no ano passado pelos militares. Como vingança, a FPLP assassinou o ministro israelense do Turismo, Rehavam Zeevi.
A morte de Mohammed Saadat pode colocar em risco o acordo firmado no último domingo, 18 de agosto, entre o ministro israelense da Defesa, Binyamin Ben-Eliezer, e uma delegação palestina. Pelo tratado, Israel se comprometeu a desocupar algumas zonas palestinas em troca de segurança.
O governo israelense começou na segunda-feira, 19 de agosto, a retirar suas tropas de Belém. Apesar disso, novos confrontos resultaram na morte de dois palestinos e de um soldado israelense. Na Faixa de Gaza, o grupo Hamas matou o soldado que vigiava um assentamento judaico. Na mesma região, os soldados israelenses mataram um menino de 15 anos. Outro palestino foi morto durante a invasão de um campo de refugiados perto de Tulkarm. Segundo o Exército, o homem carregava explosivos.
Binyamin Ben-Eliezer já deixou claro que Israel não está disposta a tolerar novos conflitos:
– Se os líderes palestinos não lidarem com isso, nós iremos lidar–, afirmou o ministro.
Em seus 23 meses, a atual intifada (rebelião palestina) já resultou na morte de pelo menos 1.506 palestinos e 589 israelenses.
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