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Grupos militantes palestinos rejeitaram na segunda-feira, dia 19, o novo acordo que prevê a retirada israelense de parte da Faixa de Gaza e da cidade de Belém, na Cisjordânia, em troca da redução da violência. O acordo foi firmado no domingo, dia 18, entre o ministro israelense da Defesa, Binyamin Ben-Eliezer, e uma delegação palestina chefiada pelo ministro do Interior, Abdel Razzak Al Yahya, e por Mohammed Dahlan, assessor de segurança do presidente Yasser Arafat.
A retirada israelense de Gaza e de Belém seria o primeiro avanço significativo em quase dois anos de levante palestino contra a ocupação, que já provocou a morte de mais de 2 mil pessoas. Mas os grupos palestinos Hamas, Jihad Islâmica e Frente Popular de Libertação da Palestina disseram que preferem manter os atentados contra alvos de Israel.
– A resistência sempre encontrará maneiras de manter sua luta sem se chocar com a Autoridade Palestina – afirmou Abdel-Aziz Al Rantissi, do Hamas. – Nossos rifles permanecerão apontados para o inimigo sionista, e só contra o inimigo sionista.
Na noite de domingo, o Ministério da Defesa de Israel divulgou um comunicado prometendo que ambos os lados começariam na segunda-feira a implementar as decisões, seladas em um hotel de Tel Aviv. Os palestinos, dizia o texto, "assumiriam a responsabilidade de acalmar a situação de segurança e reduzir a violência e o terror''. Já Israel "fará tudo para facilitar as condições da população palestina''. Segundo um assessor do governo palestino, isso significa que os soldados israelenses desocupariam Belém e partes de Gaza ''em 48 horas''.
– As forças de segurança nacionais palestinas serão deslocadas (para vigiar essas áreas). Vão se seguir mais passos nos próximos dias para a retirada de todas as cidades – afirmou Nabil Abu Rdainah. Israel não comentou os detalhes do acordo.
Em Belém, o toque de recolher foi suspenso até a noite, poucos soldados circularam pelas ruas e os tanques permaneceram nos arredores da cidade. Fontes palestinas dizem que, em Gaza, a retirada vai significar a reabertura da principal estrada da região, atualmente ocupada por vários postos de controle, e a saída dos militares de "zonas-tampão'' criadas por eles junto a cinco cidades. O Ministério da Defesa anunciou ainda que nos próximos dias funcionários de baixo escalão dos dois lados devem voltar a se reunir para discutir questões de segurança.
– A importância da iniciativa é que construirá confiança para ambas as partes, o que é essencial para quaisquer futuros passos de segurança e diplomáticos – afirmou Ben-Eliezer, segundo o ministério.
O ministro estava disposto inicialmente a relaxar a ocupação apenas sobre Gaza. O impasse durou mais de uma semana, já que os palestinos queriam incluir uma cidade da Cisjordânia nesse primeiro passo, o que acabou sendo contemplado nas negociações de domingo. As informações são da agência Reuters.
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