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 | 03/09/2002 10h21min

Derrota de proposta brasileira sobre energia frustra FH

Brasil voltará a debater o tema no encerramento da Rio+10 nesta quarta

O presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu nesta terça-feira, 3 de setembro, ter ficado frustrado com a decisão da maioria dos países participantes da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), que ocorreu em Johannesburgo, de rejeitar a proposta brasileira que prevê, até 2010, que pelo menos 10% da matriz energética mundial sejam gerados por fontes renováveis. Na opinião do presidente, “isso demonstra uma falta de vontade de alguns países, no sentido de fixar objetivos”.

FH ressaltou, entretanto, que o Brasil insistirá no tema e na meta de 10%, mesmo com a pressão contrária dos países desenvolvidos. Para garantir a continutidade nas discussões sobre o tema, o Brasil fez nesta segunda uma declaração de voto lamentando a decisão da Cúpula durante a reunião plenária. Nesta quarta, último dia da Rio+10, o Brasil voltará a fazer uma declaração formal em defesa da proposta, com o argumento de que o país possui mandato sobre os países da América Latina e Caribe – que apóiam a meta de 10%.

Outro passo a ser dado pelo Brasil a fim de impedir a derrota final da proposta é a retomada das discussões no âmbito da Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Segundo o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, o governo brasileiro está recomendando as ações para manter o debate internacional sobre o tema.

Carvalho disse que a estratégia brasileira é a de desenvolver trabalhos específicos com nações que já demonstraram interesse em reduzir o consumo de energia não-renovável.  FH deu o primeiro passo nesse sentido e assinou hoje uma declaração conjunta para a criação do Grupo de Países Megadiversosos – integrado pelas 15 nações que detêm 70% da biodiversidade mundial. O objetivo brasileiro, com o grupo, é centralizar as ações dos países, de forma a garantir a preservação do meio ambiente nessas localidades. O ministro revelou também que o Brasil definiu ontem, durante reuniões na Cúpula Mundial, a criação de uma iniciativa conjunta com a União Européia na área de energia renovável. A idéia é unir países que defendem a preservação desses recursos com articulações objetivas, para participações mais ativas nas conferências que discutem o tema.

 
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