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– Com nosso sangue e nossas almas, vamos defender Saddam Hussein!
Esse foi o canto que antecedeu, em meio a promessas de defeder o presidente Saddam Hussein até a morte, a votação de 12 milhões de iraquianos em um referendo do qual seguramente o governo sairá vencedor por ampla margem. As autoridades pediram o comparecimento de todos para garantir um novo mandato de sete anos a Saddam e demonstrar unidade contra a ameaça militar dos Estados Unidos. O resultado da consulta popular deverá ser conhecido na manhã desta quarta-feira, 16 de outubro.
O fanatismo se fez evidente quando um dos simpatizantes de Saddam cortou o dedo e escreveu "sim" na cédula com o próprio sangue. Logo depois da abertura das urnas, adeptos do presidente começaram a comemorar a vitória, dançando e sacrificando ovelhas, como manda a tradição das festas árabes.
Órgãos públicos, escolas e muitas lojas fecharam suas portas nesta terça, dia 15, para permitir que os eleitores votassem. Em meio a um trânsito muito reduzido, carros passavam buzinando, cobertos por bandeiras e fotos de Saddam, que governa há 23 com férreo controle sobre a polícia e sobre os militares.
Como não há observadores independentes ou outros candidatos, o resultado é amplamente previsível. Em 1995, no primeiro referendo desse tipo, Saddam conseguiu 99,96% dos votos. Reservadamente, as autoridades dizem que querem aumentar esse número, alguns sonhando até com o 100%.
O próprio Saddam, que raramente aparece em público, não foi visto votando. Escolhido para a presidência em 1979, o ditador sobreviveu a duas guerras e a várias tentativas de golpe. Agora se vê prestes a enfrentar o maior desafio de sua vida: a disposição do presidente norte-americano George W. Bush em removê-lo do poder. Bush acusa Saddam de desenvolver armas de destruição em massa e busca na ONU apoio para uma ação militar contra ele.
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