Em encontro com outros quatro países-chave do Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta segunda, dia 21, os Estados Unidos divulgaram uma nova proposta, mais amena, de resolução sobre o Iraque, mas ainda não havia acordo, disseram diplomatas. A França, que havia ameaçado impor seu próprio rascunho, decidiu negociar sobre o novo texto norte-americano, afirmaram os enviados.

A última proposta norte-americana elimina a autorização explícita para o uso da força contra o Iraque e uma proposta para que representantes dos cinco países do conselho – EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia e China – acompanhassem as inspeções de armas em território iraquiano. Mas ainda possibilita cobertura legal para o ataque a Bagdá caso o Iraque obstrua as inspeções.

A resolução dos Estados Unidos confere aos inspetores de armas um papel central e exige um relatório dos peritos em armas antes de qualquer possibilidade de ação militar. Curvando-se à crítica mundial, a administração Bush tirou do texto revisado a autorização automática a um membro da ONU, como os Estados Unidos para usar "todos os meios necessários" sempre que se decidir que o Iraque violou suas exigências desarmamentista. Em vez disso, as propostas norte-americanas vão pedir aos inspetores de armas que relatem ao Conselho de Segurança qualquer violação praticada por Bagdá.

O chefe de inspetores das Nações Unidas, Hans Blix, planeja ir a Moscou para conversar com oficiais russos sobre as preparações para as inspeções. Segundo seu porta-voz, na terça e na quarta-feira, Blix tem encontros com o ministro do Exterior russo Igor Ivanov e com Yuri Fedotov, um oficial do ministério. Os inspetores, que começaram seu trabalho depois da Guerra do Golfo, em 1991, deixaram Bagdá em dezembro de 1998. Até as ameaças recentes de Bush, o Iraque vinha se recusando a permitir seu retorno.