| 24/10/2002 14h43min
Guerrilheiros separatistas chechenos lançaram granadas em duas mulheres que escaparam de um teatro de Moscou nesta quinta, dia 24, ferindo uma delas, segundo a agência Tass. A outra aparentemente não foi ferida.
Nesta quarta, os rebeldes mataram uma moça quando tomaram o teatro. Hoje eles ameaçaram atirar ou explodir 700 pessoas mantidas como reféns no local, a menos que a Rússia retire suas tropas da Chechênia. Os rebeldes, autodenominados de smertniki (esquadrão suicida), fizeram ameaças em um website checheno e por meio de reféns.
Segundo a rádio Ekho Moskvy, a cardiologista Maria Shkolnikova, que está no interior do prédio, afirmou que explosivos foram colocados no corredor, em assentos e até em alguns dos reféns, 60 dos quais estrangeiros.
O presidente russo, Vladimir Putin, que chegou o poder há três anos com promessas de acabar com a rebelião de uma década na parte sul da Rússia e aumentar a segurança pública, disse que a principal missão agora era assegurar a libertação dos reféns. Putin disse que informações de representantes dos rebeldes confirmaram que o ato terrorista foi planejado no Exterior. Governos de todo o mundo condenaram a situação e pediram à comunidade internacional para se unir contra tais atos de terror.
O site de notícias checheno www.kavkaz.org publicou o que classificou como uma declaração do comandante dos rebeldes, Movsar Barayev.
– Há mais de mil pessoas aqui. Ninguém sairá vivo e eles morrerão conosco se houver qualquer tentativa de invadir o prédio.
Os rebeldes libertaram cerca de 150 reféns logo após dominar o teatro, incluindo até 20 crianças e diversos muçulmanos. Nesta quinta, eles libertaram mais algumas pessoas. Mas Iosif Kobzon, membro do Parlamento e famoso artista que participa das negociações, disse à agência Interfax que quando pediu aos rebeldes para libertar outros reféns, eles negaram o pedido. Por volta das 11h30 (hora de Brasília), repórteres ouviram três grandes explosões perto do teatro, mas a causa ainda não foi determinada.
Segundo a polícia, podem haver ainda até 700 pessoas no teatro, uma construção moderna que fica a quase quatro quilômetros do Kremlin. O embaixador austríaco Franz Cede disse que os reféns ocidentais incluíam cidadãos australianos, austríacos, britânicos, alemães e norte-americanos.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, telefonou para Putin para oferecer apoio em um momento de solidariedade entre os Estados Unidos e a Rússia, disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.
Dois repórteres da agência de notícias italiana Ansa que foram libertados do teatro disseram que o líder do grupo ameaçou matar 10 pessoas por hora se suas exigências não fossem cumpridas. De acordo com eles, um dos rebeldes afirmou que poderia resistir por tanto tempo quanto quisesse. A Rússia luta intermitentemente desde 1994 para acabar com uma revolta na Chechênia, que mata diariamente soldados e civis.
As informações são da agência Reuters.
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