| 02/11/2002 17h32min
A Argentina precisa chegar a um acordo de ajuda financeira com o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas não deve fazer concessões que coloquem em risco a incipiente recuperação econômica no país, disse neste sábado, 2 de novembro, o presidente Eduardo Duhalde.
– Quero o acordo. A Argentina tem de seguir negociando, mas é sempre necessário que entendam que não podemos colocar em risco esta estabilidade que conseguimos obter, disse ele em seu programa semanal de rádio.
Duhalde fez suas declarações no momento em que voltava antecipadamente ao país o ministro da Economia, Roberto Lavagna, após fracassar em negociações em Washington com vistas a fechar um pacote de ajuda do FMI. A Argentina suspendeu em dezembro o pagamento de parte de sua dívida pública, mas tomou o cuidado de não fazer o mesmo com relação aos organismos multilaterais de crédito. Assim mesmo, o país terá de liquidar este mês uma dívida, já adiada, de US$ 809 milhões com o Banco Mundial. Se não efetuar esse pagamento, coloca em risco futuros créditos concedidos por essa instituição.
Após um início de ano que incluiu forte desvalorização do peso com relação ao dólar – superior a 70% – altos índices de inflação, queda na arrecadação e diminuição das reservas monetárias, alguns indicadores econômicos argentinos começam a apresentar melhoras. Apesar disso, o país continua imerso numa grave crise de desemprego e pobreza.
Na quinta, uma fonte do alto escalão do FMI disse que era improvável a conclusão de um acordo com a Argentina antes que um novo governo assumisse o poder, após as eleições presidenciais de março. Segundo essa fonte, a falta de estabilidade política no país impede o avanço em temas importantes para a conclusão de um pacote. Após uma semana de negociações com autoridades do Fundo, a missão argentina volta para Buenos Aires sem um acordo com a instituição, informou o FMI nesta sexta, dia 1º de novembro.
Em comunicado, o Fundo afirma "houve progresso em um número de áreas", mas acrescenta que "há algumas áreas-chave, no entanto, nas quais as autoridades estão trabalhando para resolver". A entidade financeira não forneceu detalhes sobre as divergências com as autoridades argentinas. A Argentina precisa de um acordo com o FMI para evitar a moratória de dívidas com credores multilaterais, como o Banco Mundial. A assistência também é fundamental para estimular a debilidade economia do país, que enfrenta a pior recessão de sua história.
Em janeiro, a Argentina já suspendeu o pagamento de suas dívidas com credores privados. Com informações da Agência Reuters.
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