| 28/10/2007 21h11min
Vários partidos e dirigentes da oposição, das mais variadas tendências, denunciaram irregularidades e inclusive "fraude" nas eleições realizadas neste domingo na Argentina, mas o governo disse que o processo foi "exemplar". As denúncias apresentadas à Justiça Nacional Eleitoral dizem respeito à falta de cédulas e de listas de candidatos nos centros de votação.
Os denunciantes são a Coalizão Cívica, Uma Nação Avançada (UNA) e Frente Justiça, União e Liberdade (Frejuli), que levam como candidatos à presidência Elisa Carrió, Roberto Lavagna e Alberto Rodríguez Saá, que, segundo as pesquisas, estão em segundo, terceiro e quarto lugar, respectivamente, em intenções de voto.
A favorita para ficar com a vitória é Cristina Fernández de Kirchner, primeira-dama do país e candidata da Frente para a Vitória, a quem as pesquisas a boca-de-urna colocaram como ganhadora em primeiro turno.
A legislação argentina prevê que para um candidato ganhar as eleições em
primeiro turno ele deve obter 45% dos
votos ou ter 40% mais 10 pontos percentuais de diferença sobre o segundo colocado. Alejandro Rodríguez, porta-voz de Lavagna, assegurou que "foi detectada uma falha sistemática quanto às cédulas".
O ministro do Interior, Aníbal Fernández, assinalou, no entanto, que o processo eleitoral de hoje foi "cristalino" e "exemplar", e que não é responsabilidade das autoridades, e sim dos partidos, repor as cédulas e listas de candidatos. Em entrevista coletiva no local onde está instalado o centro de cômputo de votos, Cristina esclareceu que a decisão de ampliar em uma hora o horário de votação na capital foi tomada pela juíza eleitoral regional, e não pela Direção Nacional Eleitoral, que tem como área de atuação todo o território argentino.
A juíza María Servini de Cubría decidiu estender a votação diante da aglomeração de pessoas nos centros eleitorais quando se aproximava a hora de fechamento das urnas.
Resultados
A partir das 21h locais (22h de Brasília) serão
divulgados os primeiros resultados oficiais do pleito, segundo Cristina. Mais de 27 milhões de argentinos estavam aptos a votar para escolher o presidente e o vice-presidente do país, assim como governadores de oito províncias e renovar metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.
Entre os que denunciaram irregularidades está o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999). Em comunicado, ele declarou que houve um "tremendo retrocesso" na democracia argentina com a "concretização de uma notável fraude" na periferia de Buenos Aires, mediante a eliminação de listas de candidatos da oposição nos locais de votação.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.