| 27/01/2008 07h31min
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, voltarão a se reunir hoje em Jerusalém para promover as negociações de paz, porém a crise na fronteira de Gaza com o Egito será o centro da conversa.
O presidente da ANP pedirá a Olmert seu apoio para retomar o controle das passagens fronteiriças de Gaza com o Egito em Rafah — abertas na semana passada por membros do Hamas — e nos outros cinco desse território autônomo com Israel.
A divisa entre os dois países é vigiada atualmente por patrulhas militares, mas com freqüência é atravessada por pessoas que desejam trabalhar em Israel e usam os serviços de contrabandistas beduínos..
— É só questão de tempo, mas será levantada uma cerca entre Israel e Egito, o que demandará um grande investimento — disse hoje o vice-ministro da Defesa de Israel, Matan Vilnai, ao destacar a extensão da fronteira entre dois desertos, o do Sinai e o do Neguev,
no sul de Israel, o que requereria
fortes aplicações de dinheiro.
Há alguns dias, Vilnai sugeriu por meio de declarações à imprensa local que Israel pode aproveitar a crise para "sair totalmente" da Faixa de Gaza, de onde recuou em 2005.
Após sua reunião de hoje com Olmert, Abbas viajará na próxima quarta-feira ao Egito para se encontrar com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, que busca uma aproximação entre seu movimento nacionalista, Fatah, e o Hamas, que no passado criaram um Governo de união nacional de curta duração.
Os contatos entre funcionários israelenses do Ministério de Assuntos Exteriores e oficiais das forças de segurança com seus pares egípcios se intensificaram desde que milicianos de Gaza destruíram a cerca fronteiriça com o Egito em Rafah, e facilitaram a entrada no país de milhares de palestinos.
O Governo de Olmert está interessado na reconstrução dessa barreira, controlada por Israel até sua saída de Gaza, para evitar a passagem de armas,
explosivos e combatentes islâmicos que tenham
conseguido atravessar a divisa com o Egito. Apesar disso, fontes políticas citadas pela rádio pública israelense disseram esta manhã que é preciso "começa a se habituar a pensar que no futuro Gaza terá passagens fronteiriças abertas com o Egito".
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