O primeiro-ministro palestino, Ahmed Korei, disse na quarta, dia 21, que seu gabinete de ministros estudava a possibilidade de renunciar em bloco para protestar contra a mudança da política norte-americana para a região.
Segundo os palestinos, a alteração na postura dos Estados Unidos (EUA) favorecia os israelenses e violava seus direitos.

Korei afirmou que essa era uma das várias propostas estudadas para responder à promessa feita pelos norte-americanos a Israel de que o país poderia preservar definitivamente alguns de seus assentamentos na Cisjordânia e de que os refugiados palestinos não teriam direito de voltar para o território judaico em um acordo de paz final.

– A questão da renúncia em massa é uma das que estão sendo discutidas dentro da Autoridade Palestina –  afirmou Korei em seu gabinete no vilarejo de Abu Dis (Cisjordânia).

– Mas, até lá, o governo continuará a trabalhar normalmente – disse o premiê.

Uma resignação em massa ou a supressão do posto de primeiro-ministro daria poderes totais ao presidente palestino, Yasser Arafat, algo que deterioraria as relações entre os EUA e os palestinos. O governo norte-americano exigiu a criação do posto de primeiro-ministro para isolar Arafat, acusado pelos EUA de fomentar a violência. O presidente palestino nega a acusação.

As garantias dadas pelo presidente dos EUA, George W. Bush, na semana passada, reforçaram o plano do premiê de Israel, Ariel Sharon, de retirada unilateral da Faixa de Gaza. Arafat e seu gabinete rejeitaram o plano, considerado uma artimanha cujo objetivo final seria a tomada de terras palestinas.

As informações são da agência Reuters.