O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, apressou-se em socorrer o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, que está sendo criticado devido aos abusos em uma prisão no Iraque. Cheney afirmou que as pessoas deveriam "se livrar deste caso" e deixar Rumsfeld trabalhar.

– Don Rumsfeld é o melhor secretário de Defesa que os EUA já tiveram. As pessoas deveriam deixar este caso e deixá-lo trabalhar – disse Cheney em comunicado feito de seu gabinete no final deste sábado, dia 8. O comunicado parece sinalizar um movimento da Casa Branca para juntar republicanos em torno de Rumsfeld.

Democratas, incluindo o candidato presidencial John Kerry, clamaram pela renúncia de Rumsfeld após a divulgação de que soldados iraquianos foram maltratados em prisões gerenciadas pelas forças de coalizão lideradas pelos EUA.

O jornal The Washington Post disse em sua edição de domingo que o governo Bush está analisando centenas de novas fotografias de abusos de prisioneiros no Iraque, que uma autoridade do Pentágono chamou de "horríveis", segundo a reportagem. A polêmica sobre o tratamento dos prisioneiros iraquianos surgiu depois que a rede CBS mostrou fotografias do abuso.

O presidente dos EUA, George W. Bush, disse que advertiu Rumsfeld na semana passada por sua atitude inicial frente à controvérsia, em rara refêrencia pública da Casa Branca a advertências. Mas ele disse depois que Rumsfeld continuará no cargo. A assessora nacional de segurança, Condoleezza Rice, disse, segundo o jornal, que Rumsfeld continuará contando com o apoio do presidente.

Uma pesquisa Washington Post/ABC News feita na semana passada, antes da aparição de Rumsfeld no Congresso, na sexta, mostrou que sete em cada dez norte-americanos achavam que ele não deveria renunciar. Cheney foi secretário da Defesa durante a Guerra do Golfo de 1991. Ele também foi vice e sucessor de Rumsfeld como chefe de gabinete na Casa Branca durante o governo de Gerald Ford. Ele e Rumsfeld foram os maiores defensores da invasão do Iraque no ano passado.

Com informações da agência Reuters.